O Crescente Vermelho (equivalente à Cruz Vermelha) do Irã confirmou neste sábado (21/06) o envio de ajuda humanitária ao Iraque para pessoas deslocadas pela ofensiva islamista, enquanto autoridades militares descartaram enviar tropas a esse país.
Agência Efe
Cidadãos iraquianos residentes no Irã participam de manifestação contra a ofensiva do exército iraquiano contra jihaidistas
A assistência, com um volume total de 50 toneladas, consiste em cinco mil cobertores, 20 toneladas de arroz, 15 de açúcar e 10 mil de alimentos enlatados, precisou o chefe da Organização de Sociedades de Ajuda e Resgate do Crescente Vermelho iraniana, Pir-Hossein Loulivand.
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Loulivand explicou que a ajuda tem como destino comunidades onde se concentram iraquianos deslocados de suas cidades a procura de lugares seguros longínquos dos contínuos assaltos s de milícias terroristas do Estado Islâmico de Iraque e do Levante (EIIL).
Por seu lado, o chefe de Estado Maior das Forças Armadas do Irã, maior general Hassan Firouzabadi, foi categórico em assinalar que a república islâmica não destinará tropas para combater no Iraque contra os “takfiristas” (termo em árabe para aludir aos fundamentalistas sunitas).
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Firouzabadi comentou a jornalistas que uma fatwa (édito religioso muçulmano) emitida pelo Grande Ayatolah iraquiano Alí Al-Sistani chamou aos fiéis xiitas a alistar-se para combater junto ao Exército e as forças de segurança de seu país contra os extremistas sunnitas.
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A respeito, afirmou que o povo iraquiano é capaz de resolver por meios próprios seus problemas, e isso faz desnecessário – apontou— o envio de tropas para lutar ao lado de Bagdá, ainda que sem desestimar qualquer possível cooperação dentro do marco internacional.
Acordo com os EUA
O chefe do Estado Maior negou a existência de um suposto acordo entre o Irã e os Estados Unidos para combater ao DAESH, nome em árabe do EIIL, em Iraq. “Essa cooperação nunca ocorrerá e não há razão para isso”, enfatizou.
Assim mesmo, o presidente do Majlis (parlamento persa), Alí Larijani, responsabilizou os Estados Unidos e o Ocidente pela atual instabilidade no Iraque e o resto da região do Oriente Médio, porque em sua opinião “não são honestos em sua luta contra o terrorismo”.
Segundo Larijani, Washington e seus aliados ocidentais, inclusive países árabes, tomam uma posição tática e de dupla moral em várias ocasiões, e alertou que a propagação da anarquia na zona é o “resultado de políticas hipócritas de Ocidente sobre o terrorismo”.
Recordou ainda a invasão militar norte-americana ao Iraque em março de 2003 e estimou que, longe de libertar e levar a democracia para o país, a intenção das potências aliadas era “dominar o golfo Pérsico rico em petróleo”.