O Ministério das Relações Exteriores do Irã confirmou nesta quarta-feira (8/9) que o Judiciário está revisando a sentença de condenação à morte por apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, e que, por enquanto, a pena está suspensa, segundo o site da emissora estatal PressTV.
“A pena com relação ao adultério foi suspensa e está sendo reavaliada, e a sentença por cumplicidade no assassinato está em processo”, disse o porta-voz da diplomacia iraniana Ramin Mehmanparast.
Sakineh responde pelos crimes de adultério e pelo assassinato de seu
marido, em 2004, em cumplicidade com seu suposto amante e um irmão dele.
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Nas últimas semanas, a Justiça do Irã adiou por três vezes o pronunciamento sobre a execução de Sakineh, após pressão internacional de governos e de entidades contra a pena.
Em comunicado no dia 29 de agosto, o escritório de direitos humanos da
Justiça do Irã informou que a sentença de morte contra Sakineh tinha
sido concluída, mas que a execução ainda dependia de procedimentos
internos.
Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, Mehmanparast criticou a postura da comunidade internacional diante da condenação de Sakineh e disse que o caso não envolve questões de direitos humanos.
“Se soltar pessoas condenadas por assassinato é considerado uma questão de direitos humanos, então os países europeus devem libertar todos os assassinos [que estão] presos, em nome dos direitos humanos”, afirmou Mehmanparast.
Como o Irã trata o caso como um crime comum, o porta-voz da chancelaria criticou o fato do “julgamento por homicídio” ter sido transformado em “uma questão de direitos humanos”.
O porta-voz negou os relatos divulgados na semana passada que Sakineh tenha sido punida com 99 chibatadas, como afirma o advogado de defesa da iraniana, Javid Houtan Kian.
A punição teria acontecido porque o jornal londrino The London Times publicou uma foto de uma mulher sem véu identificada como Sakineh. Posteriormente, o diário se desculpou, afirmando que a foto não era de Sakineh, mas de outra iraniana que vive exilada na Europa. Sakineh teria recebido as chibatadas por ter se mostrado sem o véu, o que é proibido pela lei da república islâmica.
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