“A soberania de uma nação não cabe a uma agenda de negociações. Por isso, nunca nos sentaremos cara a cara com os Estados Unidos”, rebateu, de forma curta e grossa, a irmã do líder norte-coreano e vice do Partido dos Trabalhadores, Kim Yo Jong, contra as condenações da embaixadora norte-americana das Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.
A declaração desta quinta-feira (30/11) é a primeira da irmã de Kim Jong Un após quatro meses de silêncio. Ela é uma reação às pautas levantadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) convocado por Washington e outras nações sobre o lançamento do satélite espião. A tecnologia, com capacidade de reconhecimento militar, despertou um alerta ao possibilitar fotografias das bases militares dos Estados Unidos, além dos órgãos-chave como a Casa Branca e o Pentágono.
Na ocasião, a diplomata estadunidense classificou o lançamento do satélite como uma ameaça “imprudente e ilegal’. Além disso, reiterou a oferta de Washington, de um diálogo com Pyongyang, ao afirmar que o país asiático “pode escolher o momento certo e o tema” para as negociações necessárias.
Yo Jong não criticou somente as falas de Thomas-Greenfield, mas também o Conselho de Segurança da ONU como um todo, dizendo que a entidade está se “corrompendo para um lugar sem lei”, onde são aplicados critérios contraditórios e injustos para as suas definições.
“Continuaremos exercendo os nossos direitos soberanos com confiança e sem restrições”, se referindo ao lançamento de mais satélites, como prometido há dias pelas próprias autoridades norte-coreanas.
Twitter/SISA Weekly
Irmã de Kim Jong Un condena ONU e rechaça negociações ‘cara a cara’ com os Estados Unidos
O Ministério da Unificação sul-coreano, do governo de Yoon Suk Yeol, também reagiu à declaração de Kim Yo Jong: “A Coreia do Norte terá que decidir se o diálogo ou o confronto irão realmente ajudar o futuro do país e da subsistência do seu povo”.
As falas da representante norte-coreana com teor crítico também envolveram a “hipocrisia” de Washington com relação às constantes ameaças e aumento de tensão na península coreana:
“A postura e comportamento hipócrita dos Estados Unidos, cujas palavras e ações são completamente contraditórias. É uma entidade maligna que, a partir de sua arrogância e prepotência, destrói a paz e a estabilidade da península coreana”, condenou Yo Jong, reforçando ainda que “nossos esforços continuarão alimentando tudo o que pertence aos direitos soberanos do nosso Estado”.
De acordo com a agência estatal norte-coreana, KCNA, o satélite espião está em operação todos os dias. O Sistema Central de Radiodifusão de Pyongyang informou também que o recebimento de relatórios com dados que mostram a Base Naval norte-americana de San Diego, na Califórnia, a Base Aérea de Kadena, na província de Okinawa, no Japão, e o Canal de Suez, no Egito.