O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu nesta terça-feira (16/05), em Brasília, o seu homólogo eleito do Paraguai, Santiago Peña, para tratar da integração entre os países, mas também do futuro do Mercosul e da administração da usina hidrelétrica de Itaipu.
Pelas redes sociais, Lula disse que a conversa com Peña foi “excelente”, afirmando que o paraguaio convidou o petista para a posse, marcada para o próximo dia 15 de agosto. Segundo o presidente brasileiro, ambas gestões irão “trabalhar muito para fortalecer as relações entre nossos países”.
De acordo com o Itamaraty, na região latino-americana, o Paraguai abriga a maior comunidade brasileira residente no exterior, superior a 245 mil pessoas, e tem o Brasil como principal parceiro comercial.
Somente em 2022, o comércio entre os dois países alcançou valor recorde de US$ 7,15 bilhões – um aumento de 7,8% em relação a 2021.
Já Peña, ao receber os cumprimentos pela eleição no Paraguai, havia se comprometido com Lula que sua primeira viagem internacional seria ao Brasil. O presidente eleito do Paraguai destacou a importância da usina de Itaipu ao país vizinho.
Ricardo Stuckert
Lula recebeu o presidente eleito do Paraguai, Sebastian Peña, em Brasília
Em agosto, o acordo entre Brasília e Assunção que resultou na construção da hidrelétrica completa 50 anos. Para Peña, a conversa que teve com Lula não pode “apenas” ser sobre “investimento e dinheiro, mas sobre o processo de integração”.
“Eu disse ao presidente Lula que hoje só posso olhar com admiração para o que brasileiros e paraguaios fizeram há 50 anos. Disse a ele que quero que, em 50 anos, olhem da mesma forma para o que nós fizermos hoje, que possamos melhorar a qualidade de vida do nosso povo”, disse aos jornalistas após o encontro.
Com relação ao acordo Mercosul e União Europeia, o presidente eleito do Paraguai disse que pensa de forma semelhante a Lula, ressaltando que “algumas restrições na questão ambiental são muito duras para uma região do mundo que precisa se desenvolver sendo cuidadosa com o meio ambiente”. Segundo ele, há necessidade de “revisar os termos do acordo”.
Criado em 1991, o bloco é formado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai como membros plenos, e a Bolívia como membro associado.