O Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres, formalizou nesta quarta-feira (20/04) a ordem de extradição contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos.
A medida chega pouco mais de um mês depois de a Suprema Corte do Reino Unido ter negado a admissão de um recurso do australiano para evitar sua entrega para as autoridades judiciais norte-americanas. No entanto, a palavra final cabe à secretária do Interior britânica, Priti Patel, que seria favorável à extradição e tem até 28 dias para se pronunciar. Caso ela aceite, Assange tem direito a pelo menos mais um recurso.
Assange foi denunciado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por “conspirar” com a ex-analista militar Chelsea Manning e por receber e publicar informações confidenciais.
De acordo com os procuradores norte-americanos, o australiano agiu ao lado de Manning para obter arquivos secretos, incluindo documentos diplomáticos e relatórios sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão.
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Justiça do Reino Unido deu aval à extradição de Assange para os EUA
Se for condenado nos EUA, Assange pode pegar até 175 anos de prisão. Embora não responda a nenhuma acusação no Reino Unido, o fundador do WikiLeaks segue mantido em uma penitenciária de segurança máxima.
Em primeiro grau, a juíza Vanessa Baraitser chegou a negar a extradição, alegando que o ativista correria risco de suicídio no rígido sistema penitenciário dos Estados Unidos, mas a Justiça britânica aceitou garantias do governo norte-americano sobre o futuro tratamento ao australiano na cadeia e reverteu a decisão.
Apoiadores de Assange afirmam que o processo contra ele nos EUA é um ataque à liberdade de imprensa e uma forma de punir a revelação de crimes cometidos durante as guerras no Afeganistão e no Iraque.