A vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, foi condenada nesta terça-feira (06/12) a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para exercer cargos públicos, por determinação dos juízes da 2ª Vara Federal.
A pena definida pelos magistrados Jorge Gorini, Rodrigo Giménez Uriburu e Andrés Basso afirma que Cristina é culpada da acusação de “administração fraudulenta em detrimento da administração pública”, tese levantada pelos procuradores Diego Luciani e Sergio Mola, que a apontaram como suposta chefe de associação ilícita.
A sentença, de primeira instância, ocorre em meio a diversas denúncias de lawfare e conluio entre membros do Judiciário e da oposição, envolvendo mais especificamente o principal adversário política de Cristina, o ex-presidente e mega empresário Mauricio Macri.
O jornal argentino Página/12 chegou a publicar uma reportagem mostrando as visitas de juízes e procuradores à casa de campo de Macri, além de viagens realizadas a estâncias de férias com gastos financiados por empresários antikirchneristas.
Senado da Argentina
A vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner
A vice-presidente da Argentina deu várias entrevistas nos últimos dias denunciando a operação de lawfare que vem sofrendo.
Sua equipe de comunicação anunciou que ela pretende fazer um pronunciamento nesta noite para comentar a sentença.
O presidente argentino Alberto Fernández também vem afirmando há meses que o caso está viciado por operações de lawfare, e inclusive chegou a compará-lo com o sofrido pelo agora presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 2019, quando estava em campanha presidencial, Fernández chegou a visitar Lula na prisão em Curitiba, e na ocasião defendeu sua inocência.