A líder do governo de Theresa May no Parlamento britânico, Andrea Leadsom, renunciou nesta quarta-feira (22/05) ao posto por dizer que não confia na maneira como a primeira-ministra está conduzindo o processo do Brexit. A saída de Leadsom amplia a crise política causada pela futura saída do Reino Unido da União Europeia e deixa May ainda mais frágil no cargo.
Em carta a May, Leadsom disse não acreditar mais que o governo consiga entregar o resultado do referendo que decidiu pela saída britânica da UE.
“Respeito inteiramente a integridade, o desassombro e determinação que você mostrou durante seu período como primeira-ministra. Ninguém desejou mais do que eu que você fosse bem-sucedida, mas, agora, peço que você tome as decisões corretas aos interesses do país, do governo e do partido”, disse Leadsom no texto que enviou a May.
Segundo a BBC, Leadsom – que tentou ser primeira-ministra durante o processo que terminou por escolher May – é a 36ª ministra a renunciar desde o início do governo de May, em 2016, e a 21ª desde que se iniciou o processo do Brexit.
A renúncia da líder do governo vem às vésperas das eleições para o Parlamento Europeu, cuja participação britânica estava indefinida até o começo deste ano, quando não se sabia se o país iria conseguir cumprir o prazo para deixar o bloco.
Durante o dia de hoje a premiê britânica foi pressionada por diversos parlamentares conservadores no Parlamento que visavam cancelar a votação do acordo do governo para o Brexit programado para o dia 07 de junho.
Na última terça-feira (21/05), May apresentou uma possibilidade para a Casa votar a realização de um novo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. A premiê acrescentou a abertura de uma nova consulta popular à nova versão de seu acordo para o Brexit, que irá para votação pela 4ª vez.
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Em carta enviada à primeira-ministra, Leadsom disse não acreditar mais que governo consiga entregar resultado do referendo