Sexta-feira, 18 de julho de 2025
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O líder mapuche Héctor Llaitul denunciou que as acusações que apontam a CAM (Coordenadora Arauco Malleco) como responsável pelos incêndios no Chile são na verdade uma montagem para justificar o uso da lei antiterrorista contra os povos originários da região.

Llaitul, condenado à prisão pela justiça chilena depois de um processo no qual foi aplicada a referida legislação, recusou energicamente as insinuações que apontam a CAM como autora do incêndio de Carahue, na região da Araucanía, onde morreram sete bombeiros.

“Estamos diante de uma montagem para justificar a aplicação da lei antiterrorista às comunidades mapuches em conflito, ao movimento mapuche autônomo e em particular à CAM”, enfatizou Llaitul, principal dirigente desse agrupamento que reivindica os direitos ancestrais dos povos indígenas e em particular a recuperação de suas terras.

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Tal estratégia, acrescentou em um comunicado divulgado no Chile pela Rádio Bío Bío, “busca consolidar dita lei como uma ferramenta válida para enfrentar também os movimentos estudantis e sociais chilenos, antecipando-se num ano em que se vislumbram maiores mobilizações e lutas”.

Llaitul lamentou a morte dos bombeiros e comentou que se tratam de pessoas pobres, obrigadas a trabalhar em condições deploráveis, com salários miseráveis, sem as mínimas medidas de segurança. Além disso, segundo o líder mapuche, os bombeiros foram enviados para defender os interesses de uma das famílias mais ricas do Chile.

O líder ainda acusou os empresários florestais da região pela morte dos bombeiros. “O mesmo empresariado que usurpa o território ancestral mapuche”, completou.

As declarações de Llaitul ocorreram depois que o ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, afirmou que a CAM poderia estar por tràs dos incêndios que atingiram Carahue.

Posteriormente, o governo se desvinculou de uma acusação direta contra os mapuches, mas manteve a desconfiança de que os focos de incêndio teriam sido criados de forma criminosa.

Críticas

O governo chileno recebeu duras críticas da oposição por conta das declarações e também pela tentativa de uso da lei antiterrorista.  

“Claramente não são dados os elementos e requisitos para aplicar a lei antiterrorista e o que se está fazendo é gerar maiores tensões na Araucanía”, opinou o senador do opositor Partido pela Democracia, Jaime Quintana.

"Estamos diante de uma montagem para justificar a aplicação da lei antiterrorista", afirmou

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