Mais de 1.500 lideranças políticas, movimentos e organizações sociais, sindicatos e partidos políticos estarão reunidos no Centro de Convenções de Foz do Iguaçu para a Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos que começa nesta quinta-feira (22/02). O evento conta com a presença de figuras como o ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, e a vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez e a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.
O evento marcado na cidade paranaense – na Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai – tem como principal objetivo promover uma reflexão sobre a desigualdade social, pobreza e a imposição política e econômica dos países ricos sobre as nações latino-americanas e caribenhas.
Mas um dos destaques da edição é a luta anti-imperialista e ações de solidariedade com os povos cubano e venezuelano, incluindo também os povos oprimidos em âmbito mundial, como os da Palestina.
A Opera Mundi, o coordenador político da Confederação Sindical das Américas (CSA) e um dos organizadores da Jornada, Iván González, destacou a necessidade do evento “para reivindicar a integração dos povos” em uma resposta à “ofensiva reacionária”.
“É uma iniciativa que retoma os espaços de unidade dos movimentos sociais populares, sindicais, camponeses, feministas e da diversidade política e cultural da região, para pensarmos juntos em um momento de múltiplas crises, diante do avanço ultraliberal, conservador e fascista na região e no mundo”, explicou González.
De acordo com o ativista, a jornada tem ainda como foco também reforçar a denúncia contra o massacres das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) contra os palestinos, além de demandar um cessar-fogo “imediato na Faixa de Gaza e condenar os crimes do regime sionista do Estado israelense”.
“Será um momento também para prestar solidariedade ao governo do Brasil e ao presidente Lula por sua valente e firme postura frente à agressão sionista e à cumplicidade dos Estados Unidos e demais potências ocidentais”, disse.
Com uma série de discussões relacionadas à construção de unidade política, social e democrática regional, a expectativa é de que o evento reúna milhares de pessoas, entre movimentos sociais, sindicais e populares e partidos progressistas de diversos países.
Reprodução/Jornada de los Pueblos
Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos acontece entre os dias 22 e 24 de fevereiro
Outros líderes políticos que já confirmaram presença são João Pedro Stedile, membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Rafael Freire, secretário-geral da Confederação Sindical das Américas (TUCA); Juan Grabois, líder da Frente Pátria Grande na Argentina; Mariel Fernández, prefeita de Moreno, na província argentina de Buenos Aires; Bernadette Esperança, da coordenação nacional da Marcha Mundial das Mulheres; Karin Nansen, presidente da Amigos da Terra Internacional; entre outros.
A Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos é organizada pela ALBA Movimentos, a Assembleia Internacional dos Povos (AIP), a Confederação Sindical das Américas (CSA), a Organização Continental Latino-Americana e Caribenha de Estudantes (Oclae), a Jornada Continental pela Democracia e Contra o Neoliberalismo, bem como as universidades Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e da Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).
Contra o Sionismo, de Breno Altman, será lançado no evento
A programação também contará com o lançamento de Contra o Sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista, o mais recente livro do jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman. A obra será lançada no primeiro dia do evento, na quinta-feira (22/02), às 18h.
A questão palestina, que é um dos principais assuntos a serem abordados na Jornada, será incluída em debate com a participação de Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), e de Renatho Costa, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pampa (Unipampa) e especialista em Oriente Médio.
Lançado em dezembro de 2023, o livro composto por 100 páginas é fruto de debates, entrevistas e análises com especialistas sobre o contexto da nova agressão promovida pelo governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Nele, Altman, que é judeu, denuncia o massacre contra o povo palestino em Gaza desde o início da contraofensiva de Israel ao Hamas, em 7 de outubro.
A Jornada acontece até o sábado (24/02), e para mais informações, acesse o site oficial.
Confira a programação:
Quinta-feira (22/02)
9h – 10h: ato de abertura
10h – 12h: conferência “Crise sistêmica do capitalismo e as ameaças para a paz e a soberania dos povos”
14h – 17h30: mesas de debate
20h – 23h: ato político-cultural “Cuba Vive e Resiste!”
Sexta-feira (23/02)
8h: abertura
8h30 – 12h: conferência “Desafios da integração da América Latina e do Caribe” (diálogo com partidos políticos, parlamentos, governos, movimentos)
14h – 16h: mesas de debate
16h – 18h: plenária final e leitura do documento final
19h30 – 21h30: ato político na Praça da Paz, com a presença de autoridades de governos e dirigentes das organizações populares
21h30 – 23h: Festival Cultural e de Resistência da América Latina e do Caribe
Sábado (24/02)
9h – 10h: retorno das delegações