O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou nesta terça-feira (18/07), em Bruxelas, a “importância” da cúpula entre União Europeia e Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), mas afirmou que o acordo UE-Mercosul não deve ser definido no âmbito do encontro.
Lula, que tem o comando pro tempore do bloco sul-americano até o fim do ano, manifestou recentemente a intenção de concluir o acordo com a UE ainda neste semestre.
“Nós concluímos a pauta do Mercosul e já enviamos para os presidentes. Ela não vai ser discutida aqui porque não é a Celac que tem que fazer o acordo, é só o Mercosul”, acrescentou.
No primeiro dia da Cúpula, na última segunda-feira (17/07), o presidente brasileiro declarou que o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul deve se basear em “confiança mútua”, e não em “ameaças”.
Em seu discurso na cúpula entre UE e Celac, o líder brasileiro repetiu o tom de seus últimos pronunciamentos.
“Queremos assegurar uma relação comercial justa, sustentável e inclusiva. A conclusão do Acordo Mercosul-UE é uma prioridade e deve estar baseada na confiança mútua, e não em ameaças”, disse o mandatário.
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Lula manifestou recentemente a intenção de concluio acordo com a UE ainda neste semestre
“Esforço pessoal” de Von der Leyen
Por sua vez, a presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu que vai dedicar seu “esforço pessoal” para fazer com que o acordo entre o bloco e o Mercosul seja assinado ainda em 2023.
A declaração foi dada em entrevista ao jornal mexicano El Universal. “Comprometo-me pessoalmente a fazer com que o acordo seja assinado, e rapidamente”, garantiu.
“Estamos dispostos a ouvir as preocupações levantadas pelo Mercosul para encontrarmos o modo mais pragmático de enfrentá-las”, declarou ainda a presidente da Comissão Europeia.
A líder do bloco também destacou que o acordo “é uma plataforma para enfrentar desafios em comum, das ações para o clima e o desmatamento ao respeito aos direitos dos trabalhadores”.
Entre os impasses que travam a assinatura do acordo, está um documento adicional proposto pela UE e que prevê sanções por descumprimento de compromissos ambientais e da permissão para empresas europeias participarem de licitações governamentais no Mercosul e vice-versa.
(*) Com Ansa