O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou neste domingo (08/01) um decreto de intervenção na segurança pública do Distrito Federal após uma turba de extremistas bolsonaristas invadir e depredar o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal (STF).
O decreto será válido até o fim de janeiro e a pasta de segurança pública do DF passará a ser chefiada por Ricardo Garcia Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, que por sua vez é comandado por Flávio Dino.
Ao assinar o decreto, Lula chamou os invasores de “vândalos” e “fascistas fanáticos” e afirmou que houve “má-fé” ou “incompetência” das autoridades do DF antes e durante as ações dos golpistas em Brasília.
Nos últimos dias, dezenas de ônibus repletos de extremistas se dirigiram para Brasília para engrossar o movimento golpista em frente ao QG do Exército, mas não houve reforço na segurança pública no DF.
Ainda em dezembro, o governo do DF já havia sido acusado de não agir de maneira energética contra bolsonaristas que haviam tentado invadir a sede Polícia Federal em Brasília, no dia da diplomação de Lula. O governo do DF é chefiado por Ibaneis Rocha, um aliado de Jair Bolsonaro e a pasta de segurança pública era comandada até esta tarde por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do ex-presidente. Após a invasão dos prédios, Ibaneis exonerou Torres.
Adriano Machado/REUTERS
‘Vamos descobrir quem são os financiadores’, afirmou Lula
Além do decreto de intervenção, a Advocacia Geral da União (AGU) pediu ao STF a prisão em flagrante de todos os envolvidos, inclusive do agora ex-secretário Torres.
Ainda neste domingo, Lula mencionou que a PM de Ibaneis e Torres chegou a escoltar uma marcha de golpistas concentrados no QG do Exército até a Esplanada dos Ministérios.
Lula também prometeu que os invasores e seus financiadores serão punidos.
“Eles vão perceber que a democracia garante direito de liberdade, livre expressão, mas ela também exige que as pessoas respeitem as instituições que foram criadas para fortalecer a democracia”, disse. Lula não estava em Brasília durante a invasão. Ele havia viajado para Araraquara (SP) e transformou a sede da prefeitura local em um gabinete de crise.