Após a série de reportagens publicadas pelo Intercept Brasil sobre conversas entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol que mostram irregularidades nos casos da Lava Jato, o senador norte-americano pelo estado de Vermont Bernie Sanders afirmou que a condenação contra Luiz Inácio Lula da Silva deve ser anulada e que o ex-presidente deve ser libertado.
Em declaração dada ao site The Intercept, Sanders afirmou que a prisão do ex-mandatário tem um caráter político e que sua condenação deve ser anulada.
“Hoje está mais claro do que nunca que Lula da Silva foi preso em uma perseguição política e que foi negado a ele um julgamento justo e o devido processo”, disse o senador.
Sanders também afirmou que “durante sua presidência, Lula alcançou enormes reduções na pobreza e permanece como o político mais popular do Brasil”.
“Eu me coloco com líderes sociais e políticos de todo o mundo que estão pedindo ao Judiciário brasileiro para que liberte Lula e anule sua condenação”, afirmou.
Ainda nesta terça, o deputado do Partido Democrata pelo estado da Califórnia, Ro Khanna, pediu ao governo dos Estados Unidos que investigue e apoie investigações sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a divulgação das mensagens entre Moro e Dallagnol.
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‘Hoje está mais claro do que nunca que Lula da Silva foi preso em uma perseguição política que foi negado a ele um julgamento justo’, disse
“Essa reportagem [publicada pelo Intercept Brasil] confirma o que todos nós sabíamos – que Moro foi um fator ruim e parte de uma conspiração maior para mandar Lula para a cadeia”, afirmou Khanna.
O democrata ainda disse que “embora não caiba aos EUA fazer um julgamento factual sobre a inocência de Lula, essa reportagem mostra que Moro não foi imparcial e coordenou [atos] com a procuradoria. Isso viola todas as normas judiciais e éticas”.
Vazamento
Uma série de três reportagens publicadas no último domingo (09/06) pelo Intercept Brasil expõe mensagens do ex-juiz federal Sérgio Moro, do procurador Deltan Dallagnol e outros membros do Ministério Público do Paraná que mostram atuação conjunta dos dois para impedir uma vitória eleitoral de Fernando Haddad e antecipar a prisão de Lula. As conversas revelam até que o procurador tinha dúvidas sobre as provas que dizia ter no caso do tríplex.
Juristas de todo o país condenaram as atitudes do atual ministro da Justiça e do procurador durante os processos da Lava Jato. Nesta segunda-feira (10/06), a OAB recomendou o afastamento de Moro e Dallagnol de seus cargos públicos até que investigações sejam concluídas.