Com o pescoço envolto por flores brancas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou hoje (15) para bolivianos na cidade pantaneira de Arroyo Concepción. Antes de inaugurar um novo trecho do corredor interoceânico, ele incentivou o processo de integração regional e dedicou alguns minutos a elogiar o presidente Evo Morales, reafirmando o compromisso de seguir comprando gás boliviano e fomentado o comércio entre os dois países.
“Hoje existe uma nova Bolívia, o povo reclama por transformações que tragam novas esperanças e expectativas para todos”, disse Lula, respaldando enfaticamente seu colega ao dizer que a vontade da maioria prevalece na Bolívia e que o referendo sobre a nova Constituição, no próximo dia 25 – proposta por Evo Morales –, será um passo decisivo no aprofundamento da democracia boliviana.
O presidente também recordou que o projeto que hoje o fez cruzar a fronteira por algumas horas, foi anunciado em dezembro de 2007 como parte de um esforço de Chile, Bolívia e Brasil. “Estamos aqui para cumprir o compromisso que assumimos com a presidente (Michelle) Bachelet”, disse. “Estamos nos aproximando da conexão definitiva entre os oceanos Pacífico e Atlântico, que unirá o Porto de Santos, no Brasil, aos de Arica e Iquique, no Chile”.
A estrada inaugurada pelos dois presidentes, de 350 quilômetros, é parte da IIRSA (Iniciativa para a Integração Regional Sul-Americana) e foi construída pelo consórcio brasileiro OAS, a um custo de US$ 415 milhões, financiado pela Corporação Andina de Fomento (CAF).
Hoje, ao “batizar” os trechos Arroyo Concepción-El Carmen e El Carmen-Roboré, Evo Morales recordou que Lula comprometeu seu governo com outros projetos, como os que unirão Villa Tunari, na região do Chapare, a San Ignacio de Moxos, no nordeste da Bolívia.
Antes de seguir para Corumbá (MS), Lula reafirmou que o Brasil continuará comprando gás boliviano. Recentemente, houve um impasse pelo anúncio de que o Brasil reduziria a quantidade adquirida, de 31 milhões para 19 milhões de metros cúbicos por dia, devido ao aumento de geração de energia hídrica no país.
O presidente brasileiro também prometeu agilizar a compra de produtos têxteis bolivianos, cujo mercado nos Estados Unidos ficou congelado depois que o governo Bush cancelou preferências alfandegárias da Bolívia.
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