O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja amanhã (13) para os Estados Unidos, com uma série de assuntos preciosos para discutir com Barack Obama, como etanol e combate ao protecionismo. Mas também deve advogar em favor do continente latino-americano e da busca por um apaziguamento das diferenças entre a região e Washington.
Como disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Brasil precisa convencer os Estados Unidos a olharem para a América Latina com a “ótica certa”.
Leia também:
Senado dos EUA aprova redução de restrições à comunidade cubana
Acadêmicos pedem que EUA repudie “campanha do medo” em El Salvador
“Não é tanto a questão de fazer com que o presidente Obama olhe para cá, porque creio que ele fará isso espontaneamente. É, com modéstia e humildade, ajudar que olhe para cá com a ótica certa”, afirmou Amorim à Agência Brasil. “A ótica certa tem de levar em conta os processos de mudança que ocorrem na América Latina e no Caribe de formas diversas, de país para país”.
O chanceler, porém, descarta a idéia de o Brasil bancar o intermediário. “Não gosto da palavra intermediário porque os países são adultos e podem dialogar entre si sem um intermediário. Acredito que este é o momento ideal para colocar de lado os mal entendidos do passado, que até certo ponto eram de origem pessoal, e olhar para frente”.
Ele acrescentou: “Somos amigos dos Estados Unidos, somos amigos da Venezuela e somos amigos de Cuba. Se pudermos ajudar, ótimo”.
Atendendo a uma solicitação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Lula pedirá ao novo governo norte-americano diálogo e compreensão com os venezuelanos e criticará o embargo a Cuba. “A relação dos Estados Unidos com Cuba é uma relação anômala em relação ao resto do continente. Não há dúvida de que é”, disse Amorim.
Etanol e protecionismo
No campo econômico, Lula pretende intensificar as críticas ao protecionismo, percebido nas relações entre Brasil e Estado Unidos por meio das barreiras alfandegárias ao etanol produzido aqui.
“Uma das coisas que o presidente Lula poderá dizer, já que os Estados Unidos falam da necessidade de substituição da matriz energética, é sobre o etanol. Ele pode dizer o seguinte: nós temos uma boa receita para isso: eliminar a tarifa do etanol. Redução de tarifas”, afirmou Amorim.
O presidente, que vai participar de um seminário sobre biocombustíveis em Nova York, disse que uma onda de protecionismo das nações mais ricas do mundo ameaça as economias emergentes, em entrevista ao Wall Street Journal.
“O protecionismo pode parecer benéfico num primeiro momento, mas, no longo prazo, afeta os países, sobretudo as nações pobres que têm de vender suas mercadorias para os países ricos”.
Na reunião com Obama, Lula pretende discutir propostas que poderão ser abordadas na reunião do G-20, em Londres, no próximo mês. Entre elas, a retomada das negociações da Rodada Doha, novas medidas a fim de evitar políticas comerciais protecionistas, diretrizes mais rigorosas para regular as instituições financeiras e a promessa das nações ricas de aumentar o crédito para exportação e outras atividades nas nações em desenvolvimento.
Leia também:
Queda do petróleo afeta exportação de etanol para EUA
NULL
NULL
NULL