Mais de 200 garotas – raptadas em um colégio na cidade nigeriana de Chibok há duas semanas pelo grupo radical islâmico Boko Haram – estão sendo forçadas a casar com seus sequestradores e vendidas a US$ 12 (R$ 27), de acordo com a Al Jazeera.
Efe
Parentes de garotas tomam as ruas do país para exigir regaste das vítimas nesta quarta-feira
As falhas do governo e do exército nigeriano no resgate das garotas resultaram em um grande protesto em frente ao parlamento do país nesta quarta (30/04). Na marcha, pais das vítimas acusaram os serviços de segurança de “incompetência” e descreveram o plano de busca como “incoerente”.
“Os últimos relatos que temos é que a milícia está levando as vítimas para cruzar a fronteira para Camarões e Chade”, disse à Associated Press Halite Aliyu, pertencente a um grupo de direitos humanos local, acrescentando que casamentos em massa estão sendo realizados em vilarejos na região fronteiriça da floresta de Sambisa.
NULL
NULL
“Se isso acontecesse em qualquer outro lugar do mundo, onde mais de 200 garotas fossem sequestradas e não houvesse nenhuma informação por mais de duas semanas, o país seria levado a um estado de paralisação”, disse a ex-vice-presidente do Banco Mundial e ex-ministra nigeriana da Educação Obiageli Ezekwesili, à AFP.
Entenda o caso
O ataque ao internato e o sequestro ocorreram no dia 14 de abril em Chibok, no estado de Borno, a noroeste da Nigéria. O grupo extremista Boko Haram, cujo nome significa “a educação ocidental é proibida”, na língua hausa, investe frequentemente contra instituições de ensino. Um sequestro como esse, entretanto, não tem precedentes.
Reprodução
Atual líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, aparece em vídeo reivindicando a autoria de um ataque na Nigéria
De acordo com Asabe Kwambura, diretor da escola onde aconteceu o ataque, cerca de 50 vítimas conseguiram escapar nos primeiros dias de sequestro, mas 220 permanecem desaparecidas. Elas têm idades que variam de 16 e 18 anos. O temor gerado pelo grupo também prejudicou o sistema educacional do país, o mais populoso da África, com 170 milhões de habitantes. No estado de Borno, o governo anunciou o fechamento de mais de 85 escolas neste ano.