Milhares de manifestantes voltaram às ruas nesta segunda-feira (22/07) para exigir a renúncia do governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, depois do vazamento de mensagens ofensivas do mandatário compartilhadas pelo aplicativo Telegram.
Algumas centrais sindicais de Porto Rico estão chamando as pessoas para que seja realizada uma greve nacional no país. Donos de lojas no centro comercial mais importante porto-riquenho decidiram fechar os estabelecimentos em conluio com os manifestantes.
No domingo (21/07), Roselló afirmou que não vai concorrer à reeleição de 2020 no país e ainda disse que renunciará ao cargo da presidência do Novo Partido, do qual faz parte.
Em vídeo transmitido pelo Facebook, o governador disse que pedir desculpas não “bastaria” e que estava “ciente da insatisfação” da população. “Só meu trabalho ajudará a restaurar a confiança destes setores”, afirmou.
No entanto, as declarações do chefe do país não causaram efeito nos porto-riquenhos que voltaram a pedir a renúncia imediata de Roselló. A manifestação desta segunda-feira registra o décimo dia consecutivo de protestos no país.
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Décimo dia consecutivo do protesto que pede a renúncia do governador de Porto Rico
No último sábado (13/07), o Centro de Jornalismo Investigativo de Porto Rico recebeu um documento de uma fonte anônima que tinha 900 páginas de conversas de Roselló.
Em várias das conversas, o governador se dirige de maneira grosseira e insultante a dirigentes políticos e líderes sociais da oposição. As mensagens ainda mostram Rosselló fazendo comentários homofóbicos em relação ao cantor porto-riquenho Ricky Martin.
Em sua defesa, o governador disse, segundo a AFP, que o chat era usado “para liberar tensões de dias de 18 horas”. “Mas nada disso justifica as palavras que escrevi”.