O presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, anunciou nesta quarta-feira (15/01) a criação de um grupo de trabalho para fiscalizar e investigar empresas que violem direitos trabalhistas.
Segundo o mandatário, a comissão investigará denúncias de subcontratações ilegais, e as empresas ou os empresários infratores serão enquadrados no delito de “crime organizado”.
“O que queremos é informar os trabalhadores e os patrões, especialmente os patrões, para que fiquem sabendo que já existe uma nova legislação e que podem ser multados”, disse Obrador durante conferência diária na sede do governo.
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De acordo com o governo, no mês de dezembro de 2019 14 mil empresas despediram 64 mil trabalhadores para evitar o pagamento de bônus de final de ano, o que o presidente mexicano classificou como “algo inacreditável”.
“Isso tem a ver com todas as práticas que vêm de tempos atrás, [que servem] para não reconhecer os direitos dos trabalhadores, não pagar bônus, não pagar impostos”, disse AMLO.
Reprodução/Twitter
‘Queremos que os patrões saibam que podem ser multados e presos’, disse presidente mexicano
Ainda de acordo com o governo, a maioria das empresas que demitiram funcionários em dezembro do ano passado empregavam entre 100 e 500 pessoas, sendo que algumas despediram todo o seu pessoal.
O governo mexicano indicou que já investiga cerca de 1200 empresas com esquemas de contratações ilegais, que empregam cerca de 900 mil trabalhadores. Entretanto, estimativas que pretendem ser estudadas pelo novo grupo de trabalho apontam para 5 milhões de pessoas trabalhando sob subcontratos ilegais em todo o México.