Passados nove meses do desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa, no México, os jovens foram homenageados, neste sábado (18/07), com uma cerimônia simbólica de graduação, da qual participaram outros 122 formandos e os pais dos desaparecidos.
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Jovens professores eram companheiros dos estudantes desaparecidos
Isso porque após quatro anos de estudos, os 43 jovens receberiam hoje o diploma que os tornaria professores aptos a ensinar outros jovens da região rural do país.
A geração de formandos 2011-2015 foi denominada “Sangue, Resistência e Esperança” e foi apadrinhada por intelectuais como os escritores Elena Poniatowska, Juan Villoro, Armando Bartra e Luis Hernández, o caricaturista Rafael Barajas e o jornalista Luiz Hernandez.
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Debaixo do traje de gala, formandos usavam camisas com fotos dos desaparecidos
De acordo com o correspondente da TeleSUR no México Fernando Camacho, o sentimento entre os presentes era de alegria pelos formandos, mas de “tristeza, ira e indignação pelo desaparecimento dos estudantes”.
“Hoje se formarão professores diferentes!! Professores que ensinarão crianças com consciência social!!! Ayotzinapa vive!! 43, 43, 43”, escreveu uma usuária no Twitter:
Hoy se gradúan maestros diferentes!! Maestros q forjaron niños con conciencia social!! Ayotzinapa vive!! 43 43 43🐢🐢🐢 pic.twitter.com/b2SfKyS7sD
— Violet (@ncv_Violeta) 18 julho 2015
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A cerimônia foi realizada no município de Tixtla, onde os jovens foram supostamente atacados e sequestrados por agentes policiais.
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Padrinhos fizeram declarações exaltando a força e as dificuldades enfrentadas pelos jovens professores para exercer a profissão
“Os professores democráticos são alvo de campanha de estigmatização midiática. Vocês são o último reduto da revolução mexicana”, disse Hernandez aos novos professores.
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Vários artistas mexicanos realizaram homenagens aos jovens desaparecidos, entre eles, o artista Gran OM, que gravou um clipe dentro da escola onde os jovens estudavam. O resultado pode ser visto no vídeo abaixo: