Milhares de pessoas marcharam nesta terça-feira (05/04) em diferentes cidades do Peru contra a candidatura de Keiko Fujimori à Presidência do país, em uma manifestação que também rejeitou o autogolpe de Estado dado por seu pai no dia 5 de abril de 1992, o ex-presidente Alberto Fujimori, que atualmente está preso.
Representantes da Coordenadoria Nacional de Direitos Humanos informaram à Agência Efe que as mobilizações reuniram cerca de 50 mil pessoas em nível nacional.
Agência Efe
Manifestações contra Keiko Fujimori foram convocadas em mais de 20 cidades em todo o Peru
As manifestações foram convocadas em mais de 20 cidades de todo o país e os milhares de pessoas lotaram a paça San Martín, no centro histórico de Lima, de onde marcharam pacificamente pelas ruas da capital exibindo cartazes, bandeiras e gritando palavras de ordem em rejeição a Keiko Fujimori, que liderava as últimas pesquisas que, por lei, só poderiam ser divulgadas até o último domingo (03/04).
Além disso, veículos de imprensa locais informaram que ocorreram mobilizações pacíficas em cidades como Cuzco, Puno, Tacna, Arequipa, Chimbote, Chiclayo e Iquitos. Os organizadores também divulgaram através das redes sociais imagens de manifestações de peruanos em cidades de outros países como Sydney, Paris, Bruxelas, Madri, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Helsinque.
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A polícia peruana mobilizou 2.500 agentes para garantir a segurança no protesto em Lima, que reuniu políticos, ativistas, artistas, jornalistas e outras personalidades.
O presidente do Peru, Ollanta Humala, também se posicionou sobre o dia 5 de abril de 1992, uma data que considerou “funesta na história do Peru”. Além disso, o chefe de Estado esclareceu que não apoiava a manifestação, mas comentou que os cidadãos “têm todo o direito de se expressarem livremente dentro do clima de liberdade para fazer as mobilizações”.
Agência Efe
A manifestação de ontem foi pelo menos a terceira contra a filha de Fujimori
Durante a atual campanha, aconteceram outras duas grandes mobilizações em Lima, nos dias 11 e 15 de março, para reivindicar a exclusão de Keiko Fujimori do processo eleitoral. Os pedidos foram rechaçados pelo Tribunal Nacional Eleitoral (JNE, sigla em espanhol).
No próximo dia 10, cerca de 23 milhões de peruanos elegerão o presidente e dois vice-presidentes para o período 2016-2021, assim como 130 congressistas e 15 representantes para o Parlamento Andino.