O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, disse neste sábado (18/08) que acredita que a intervenção do BCE (Banco Central Europeu) nos mercados para aliviar as pressões sobre a dívida espanhola deve ser contundente e não pode ter um prazo limitado de duração. Em entrevista à Agência Efe, Guindos alegou que, se isso não ocorrer, a dissipação das dívidas sobre a zona do euro poderá fracassar.
Em relação às contrapartidas que a Espanha terá que adotar para receber ajuda europeia, o ministro disse que provavelmente haverá uima definição a partir das reuniões dos países-membros da Zona do Euro e do Ecofin (encontro de ministros de Finanças do bloco), que serão realizadas na segunda semana de setembro.
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Até lá, o ministro afirmou que o BCE já terá definido uma maneira de conduzir seu programa de compra de dívidas no mercado secundário, o que o governo espanhol analisará antes de tomar uma decisão definitiva sobre o assunto.
O que Guindos dá como certo é que o BCE atuará no mercado secundário, onde os investidores trocam a dívida já emitida comprando bônus a curto prazo e sem exercer seu papel de credor preferente. Isso, em tese, afugentaria o resto de investidores e elevaria o prêmio de risco.
As intervenções do BCE “não devem explicitar nem quantia nem horizonte temporário, assim como frisou o próprio BCE, e devem levar em conta a problemática gerada pelo caráter de credor preferente”. Na sua opinião, a atitude do banco abriu “um cenário muito positivo” para o Governo espanhol, já que a instituição reconheceu que a pressão dos mercados sobre a dívida espanhola corresponde em boa medida a algo que vai “além da política doméstica”.
“Não fazia sentido que alguns países pagassem taxas negativas de juros e que outros pagassem juros muito mais elevados. Isso evidencia um mau funcionamento das instituições da zona do euro”, afirmou. “Os diferentes juros evidenciam dúvidas sobre o futuro do euro e dificuldades para a transmissão dos impulsos da política monetária”, acrescentou Guindos.