Moscou está se preparando para uma nova onda de enfrentamentos nesta quarta-feira (15/12) entre imigrantes do Norte do Cáucaso e grupos nacionalistas de extrema-direita. A informação foi postada na Internet, em blogs pessoais e amplamente divulgada pela mídia russa. Segundo o jornal Kommersant, o encontro será em frente ao centro comercial Evropeiski, a quatro quilômetros do centro de Moscou.
Efe
Policiais russos vigiam estação de metrô de Kievskaya, em Moscou
As manifestações nacionalistas estouraram no último sábado (11/12) em Moscou e São Petersburgo. como protesto pelo assassinato de um torcedor russo, Iegor Sviridov, na semana passada, durante uma briga entre torcedores do popular time de futebol Spartak e migrantes da região do Cáucaso.
A manifestação do dia 11, na Praça Manej, ao lado do Kremlin, contou com a presença de cinco mil pessoas e terminou com um saldo de 29 feridos, entre eles oito policiais. Dezenas de manifestantes foram presos e dez sindicâncias foram abertas.
Desde a noite de sábado, um manifesto intitulado “Moscou dividida” circula pela internet, suspostamente assinado por 10 migrantes do Norte do Cáucaso, convocando os imigrantes desta região a se reunirem hoje às 18h (13h em Brasília), no referido centro comercial.
Leia mais:
A Rússia na diplomacia dos gasodutos
Rússia diz que grupo terrorista causou explosão em hidroelétrica
Geórgia retira estátua de Stalin em segredo para evitar protestos
Fundamentalistas tchetchenos assumem autoria de atentados em Moscou
Rússia deve rever política de combate ao terrorismo, diz analista inglês
Atentado contra parlamento da Chechênia deixa ao menos seis mortos
Apreensão
O diretor executivo da Associação social e cultural tchetchena, Khamzat Guerikhanov, disse à imprensa que o manifesto é apenas uma provocação, já que os nomes utilizados são falsos. A polícia está em alerta máximo e a população parece não querer arriscar.
“Hoje eu não vou sair de casa e todos os meus amigos que não são russos também estão com medo”, disse ao Opera Mundi o malaio Joshua Nigel, estudante de Medicina e residente há seis anos em Moscou. “Na segunda-feira uma senhora me mostrou o dedo médio na rua e gritou 'Volte pra casa, chinês'”, completou.
Os russos entrevistados também parecem acreditar numa ameaça real e preferem não contar com a sorte. “Minha mãe hoje vai me buscar na faculdade. Mas tenho medo de andar até pelo campus. Vejo alguém do Cáucaso e me sinto insegura. Talvez agora eles notem que são muitos aqui e que não queremos tantos”, afirmou a estudante de Jornalismo Iekaterina, que preferiu não dizer o sobrenome.
Há rumores de que dezenas de ônibus chegaram nos últimos dias provenientes do Cáucaso com jovens preparados para uma retaliação. A Polícia da capital já interditou a praça do centro comercial Evropeiski e espera assim evitar o enfrentamento.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL