O Ministério Público da Venezuela iniciou nesta sexta-feira (06/09) uma investigação penal contra o deputado de direita Juan Guaidó, autoproclamado presidente do país, acusado de negociar a entrega do território de Essequibo ao Reino Unido em troca de apoio político.
“Iniciamos uma investigação contra Juan Guiadó, Vanessa Neumann e Manuel Avendaño, por estarem vinculados em uma negociação ilegal, que pretende desistir da revindicação histórica do país sobre o território Essequibo por um apoio político do Reino Unido”, disse Tarek William Saab, procurador-geral da Venezuela.
Segundo Saab, Neumann era a representante britânica nas negociações, enquanto que Avendaño era seu assessor. A ação dos investigados foi classificada como um ato de “traição à Pátria”.
De acordo com o procurador, o trâmite procurava “arruinar o trabalho de gerações de venezuelanos que lutaram” por Essequibo e entregar as riquezas naturais como o petróleo, a água e o ouro.
Atualmente, a região do Essequibo consta como zona em litígio, embora os dois países reivindiquem sua soberania. Em 1966, o governo da Venezuela e o Reino Unido, país do qual a Guiana era colônia, assinaram um tratado em que se reconhecia os direitos de soberania venezuelana na região. O Acordo de Genebra, como foi chamado, foi assinado três meses antes da Guiana conquistar sua independência e ainda está em vigor.
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Tarek William Saab, procurador-geral da Venezuala, afirmou que a investigação é classificada como "traição à Pátria"
Saab ainda disse que há figuras “anônimas” que aparecem como integrantes de “cartéis e de uma máfia global”, com muitas “ligações ao deputado Guaidó”. O procurador afirmou que o opositor, responsável por uma tentativa frustrada de golpe de Estado em abril, pretendia negociar empresas venezuelanas com outros países do mundo.