O MP (Ministério Público) da Venezuela considerou, na noite desta segunda-feira (30/08) que o líder opositor Leopoldo López, preso há mais de um ano, é culpado pelos protestos violentos de fevereiro de 2014, que resultaram na morte de 43 pessoas.
López é acusado de crimes de instigação pública, associação para delinquir e conspiração. O julgamento, que entrou em fase de conclusão, deverá ser retomado na próxima quinta-feira. Pela acusação do MP, o ex-prefeito de Chacao pode pegar até 14 anos de prisão.
Agência Efe
López começou em janeiro de 2014 a impulsionar a campanha chamada “A Saída”, na qual pregava uma “mudança imediata” do governo
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O texto divulgado pelo órgão venezuelano leva em consideração o que foi afirmado por especialistas em análise do discurso que participaram no julgamento. Eles afirmaram que o “dirigente fez pronunciamentos, por meio de meios de comunicação e redes sociais, que claramente incitaram seus seguidores a gerar violência nas ruas e a desconhecer o governo nacional e as instituições do Estado venezuelano”.
A sentença ocorre após a realização de 70 audiências do julgamento e mediante 108 supostas provas de que López teria tido influência sobre seus seguidores nos atos de violência que ocorreram no país, entre eles um ataque à sede do Ministério Público em Caracas em 12 de fevereioro, marco inicial das jornadas de protesto, que se estenderam até junho de 2014.
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O opositor foi detido por ser, de acordo com o governo, um dos líderes do movimento “A saída”, plano que pretendia a saída do presidente Nicolás Maduro do poder.
Além de López, respondem pelos atos de fevereiro de 2014 Demian Martín e Ángel González, acusados de conspiração e instigação pública, e Marco Coello e Christian Holdack, sobre os quais se somam, além as acusações de incêndio e danos ao patrimônio público.
Repercussão
O coordenador do partido de López, Vontade Popular, Freddy Guevara, afirmou nesta terça (01/09) que o julgamento sofreu uma “aceleração” e que já está em etapa de conclusões. Mas, disse, em entrevista coletiva concedida à imprensa, esperar que o dirigente opositor seja absolvido das acusações.
Já a esposa de López, Lilian Tintori, disse, em sua conta no Twitter, que “a única sentença justa para Leopoldo é a liberdade”. Ela ressaltou ainda que “todas as provas afirmam a inocência de Leopoldo López”.