O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou neste sábado (04/06) ao inaugurar a VII Cúpula da Associação dos Estados do Caribe (AEC), em Havana, que os povos da região não podem permanecer indiferentes às turbulências políticas em curso em América Latina e Caribe, e citou Brasil e Venezuela como dois países que estão sendo cenário de “contraofensiva imperialista e oligárquica” contra “governos populares e progressistas”.
“Não podemos permanecer indiferentes diante das turbulências que têm lugar na América Latina e no Caribe, em consequência da contraofensiva imperialista e oligárquica contra os governos populares e progressistas surgidos após o fracasso da onda neoliberal, o que constitui uma ameaça à paz, à estabilidade, à unidade e à imprescindível integração regional”, declarou Raúl durante discurso de abertura da reunião.
Agência Efe
Para o líder cubano Raúl Castro, está em curso “contraofensiva imperialista e oligárquica contra os governos populares e progressistas”
O presidente cubano expressou novamente sua solidariedade com o povo brasileiro e com a presidente Dilma Rousseff, “que enfrenta valentemente o golpe de Estado parlamentar promovido pela direita oligárquica e neoliberal para reverter as conquistas sociais alcançadas durante os governos do Partido dos Trabalhadores”, declarou.
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Raúl também reiterou o apoio de Cuba ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela, país-membro da organização, que para o líder cubano está sendo alvo de uma “investida desestabilizadora” e de uma “guerra econômica e midiática de quem pretende barrar as conquistas políticas, sociais e econômicas que beneficiaram milhões de cidadãos que durante séculos viveram em condições de pobreza, injustiça e desigualdade.”
Neste sentido, o presidente cubano classificou como “inaceitável” a medida do secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, de invocar a Carta Democrática Interamericana “para interferir nos assuntos internos da Venezuela”.
Em seu discurso, Raúl também destacou sua “satisfação pelos avanços no processo de paz na Colômbia” e garantiu que Cuba, fiadora e sede permanente dos diálogos entre o governo colombiano e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), se esforçará para ajudar a conseguir um acordo que ponha fim definitivamente a esse conflito.
A Cúpula do Caribe reúne representantes dos 25 Estados-membros da AEC, além de sete países associados e 21 convidados e nove organizações internacionais com status de observadoras, com o objetivo de fomentar a cooperação entre os países caribenhos.
Entre os principais temas da conferência está o enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas na região, que conta com vários países insulares ou de vasta costa marítima que já vêm sentindo o impacto do aumento do nível do mar e dos extremos climáticos. Além do clima, a busca pela paz e pelo desenvolvimento sustentável da região também estará em pauta durante a reunião em Havana.