Três dias antes da cerimônia de posse do presidente argentino recém-eleito, Javier Milei, Jair Bolsonaro desembarcou na cidade de Buenos Aires.
O ex-presidente brasileiro se deslocou ao Hotel Libertador, no prédio Córdoba e Maipú, em encontro marcado com seu parceiro de quem compartilha os ideais políticos de extrema-direita, além de alguns de seus futuros dirigentes.
Foi na manhã desta sexta-feira (08/12) que Bolsonaro se reuniu com o argentino. “Nós e Javier Milei defendemos a democracia”, afirmou, ao se descrever como um “inimigo da esquerda”.
No final do encontro, o ex-presidente brasileiro considerou que “foi uma conversa entre amigos” na qual também esteve presente a futura ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, entre outros representantes que tomarão posse neste domingo (10/12).
Ao sair do hotel, questionado pela imprensa local sobre a decisão de seu então oponente das eleições de 2022 e atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de não comparecer à cerimônia, ele respondeu com desdém: “Não tenho opinião sobre esse cara”.
Bolsonaro avaliou o encontro com Milei como “muito positivo”. Detalhou que fizeram “um retrato do que é a Argentina” e considerou que o novo governo “deve tomar medidas rápidas” no quesito da economia. Acrescentou ainda: “também conversamos sobre futebol”.
Bolsonaro chegou ao local com seu filho Eduardo por volta das 10 horas da manhã. Antes desse compromisso, ele já havia conversado com uma rádio de Buenos Aires, na qual afirmou que “a vitória de Milei significa muito para o mundo, principalmente num contexto onde está muito dividido entre a esquerda e a direita”.
Télam
‘Não somos opositores da esquerda, somos inimigos’, diz Bolsonaro em visita a Milei na Argentina
“Não somos adversários (da esquerda), somos inimigos”, afirmou o ex-presidente, que está inelegível para cargos públicos até 2030 por determinação da Justiça Eleitoral após falsas denúncias contra o sistema eleitoral do país.
Bolsonaro disse que aceitou o convite de Milei “porque somos um país vizinho e irmão do Brasil e vamos fazer todo o possível para ajudar a Argentina a crescer”, voltando a criticar o PT pelo “empobrecimento” ao acusar, sem provas, de que “essas potencialidades foram perdidas quando a esquerda chegou ao poder”.
O ex-presidente brasileiro chegou na noite anterior ao Aeroporto Metropolitano com uma delegação de cerca de 30 líderes aliados. Entre eles, líderes legislativos de extrema direita e os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de Goiás, Ronaldo Caiado, e de Santa Catarina, Jorginho Mello.
Um dia depois que Javier Milei foi eleito presidente da Argentina, em 22 de outubro, Jair Bolsonaro foi publicamente convidado para participar de sua posse, por uma videochamada que transmitiram pelas redes sociais.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi alvo de duras críticas e acusado de “corrupto” pelo argentino decidiu não comparecer à posse de seu homólogo. Em seu lugar, enviará o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para representá-lo.