A mais recente pesquisa de opinião para a eleição legislativa de Israel mostra que o atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e sua coligação conservadora (Likud – Ysrael Beiteinu) deverão permanecer no poder com uma folgada vantagem sobre a oposição de centro-direita, que se encontra fragmentada em diversos grupos.
O levantamento, divulgado pelo jornal Haaretz e o instituto Dialog, com supervisão técnica da Universidade de Tel Aviv, mostra que a aliança chefiada por Netanyahu e o ministro de Relações Exteriores Avigdor Lieberman deverá obter 39 das 120 vagas no Parlamento. Além disso, conseguiria facilmente uma coalizão com outras legendas aliadas e de corrente religiosa e nacionalista, como o Shas – União Torá Judaísmo (18 membros), o Casa Judaica – União Nacional (11) e o Am Shalem (3), totalizando 71 deputados.
Agência Efe (10/12/12)
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu
Já a oposição de centro-esquerda ficaria ainda mais esfacelada, e totalizaria 49 deputados, ou apenas 37 sem contar com os partidos de maioria árabe. Os trabalhistas voltariam a ser a força principal dessa corrente, com 17 representantes. O recém-criado Hatnuah (“O Movimento”, em hebraico), liderado por Tzipi Livni, teria apenas nove, o Yesh Atid (Futuro) contaria com seis e o Meretz três. Já o tradicional Kadima, formado por iniciativa do general e ex-premiê Ariel Sharon, em coma desde 2006, ficaria sem nenhum representante. Na última eleição, em 2009, ainda com Livni no comando, em 2009, foi o que obteve mais assentos (29), mas não conseguiu formar um governo.
A supremacia de Netanyahu pode ser vista em outras duas perguntas respondidas pelos entrevistados. Na “Quem, em sua opinião, será o próximo primeiro-ministro? Benjamin Netanyahu, Shelly Yacimovich (Partido Trabalhista) ou Tzipi Livni? (por ordem de inscrição)”, ele foi creditado com 81%como o vencedor.
Já a pergunta seguinte, “Qual o nome mais apropriado para ser premiê, Netanyahu obteve 64% da preferência, contra 24% de Livni e 17% de Yacimovich.
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O Haaretz, jornal favorável à oposição, culpa Livni pelo enfraquecimento da centro-esquerda, e pelo provável desaparecimento do Kadima e do Meretz, do cenário político nacional. O Hatnuah foi fundado em 27 de novembro por Livni que, em fevereiro, perdeu a liderança do partido para Shaul Mofaz. Na última quinta-feira (06/12), ela obteve a adesão do ex-líder do Partido Trabalhista Amir Peretz.
A única má notícia para Netanyahu é que a maioria dos entrevistados considera que a possível construção de novos assentamentos em territórios reivindicados pelos palestinos tem fins políticos, e não nacionalistas, como é defendido pelo premiê.
A eleição legislativa israelense está marcada para o dia 22 de janeiro. Ela escolherá os 120 membros do Knesset, legislativo israelense e o primeiro-ministro, que comanda o Executivo.
Eleitores árabes
Em outra recente pesquisa divulgada pelo Haaretz e pela Universidade de Haifa, 82% da população árabe-israelense não tem qualquer confiança no governo e 67% não acredita nos partios árabes.
De acordo com o instituo Statpoll, que realizou o levantamento durante todo o mês de novembro, metade dos 455 entrevistados não votarão na próxima eleição legislativa, como ocorreu em 2009, quando esta parcela da população teve uma abstenção de 54%.
A principal razão apontada pelos entrevistados foi devido ao fato de eles não se sentirem representados, já que há uma multiplicidade muito grande de legendas.