O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou a Ucrânia, nesta sexta-feira (15/03), de tentar interromper as eleições presidenciais no país bombardeando civis e prometeu que Moscou punirá Kiev por seus últimos ataques direcionados às fronteiras russas.
“Para interromper o processo de votação e intimidar as pessoas, pelo menos nas áreas fronteiriças, o regime de Kiev (…) está tentando realizar uma série de ações criminosas, atacando assentamentos civis na Rússia”, afirmou o líder do Kremlin durante uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, que incluiu chefes militares e de espionagem. Putin ainda garantiu que “esses ataques inimigos não permanecerão impunes”.
De acordo com a agência estatal Tass, o mandatário garantiu que Kiev “não conseguirá arruinar” o pleito e informou que 95% dos projéteis e mísseis ucranianos “foram contidos pelas defesas aéreas russas”.
Putin ainda detalhou que houve quatro ataques na região de Belgorod e um na região de Kursk sob um exército armado de 2.500 soldados. Segundo ele, as forças ucranianas estavam equipadas com 35 tanques e 40 veículos blindados. O mandatário destacou que cerca de 60% dos militares apoiados pela Ucrânia foram mortos e metade de seus veículos blindados foram destruídos.
“Tenho certeza de que nosso povo, o povo da Rússia, responderá a isso com ainda mais solidariedade. Quem eles decidiram intimidar? O povo russo?”, disse Putin.
O primeiro dia das votações, que começaram nesta sexta-feira e que serão concluídas no domingo (17/03), foi marcado por uma série de interrupções. Além de relatos de ataques cibernéticos, uma mulher foi flagrada derramando tinta na urna, enquanto outra civil tentou lançar um coquetel molotov em uma seção eleitoral localizada na cidade de São Petersburgo, terra natal de Putin.
Apesar das interferências verificadas neste primeiro dia de votação, as autoridades do país estimaram a participação de mais de 35% de um total de 114 milhões de cidadãos que estão aptos a votar, incluindo no chamado “novos territórios” que contemplam as quatro regiões ucranianas anexadas ao território russo: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia.
As eleições presidenciais na Rússia acontecem em meio à guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. O atual presidente Vladimir Putin, de 71 anos, que concorre à reeleição para estender seu mandato até 2030, domina o cenário político no país contra outros três candidatos que, de fato, não representam uma ameaça ao mandatário.
(*) Com Ansa e Agência Tass