A Organização Mundial para as Migrações (OIM) informou nesta segunda-feira (26) que ocorreu um novo naufrágio na costa da Líbia que deixou pelo menos 57 migrantes mortos, incluindo 20 mulheres e duas crianças, durante uma tentativa de fuga do norte da África.
O barco naufragou na costa de Khoms, cidade a mais de 100 quilômetros a leste de Trípoli, capital da Líbia.
“Outra tragédia. Com este naufrágio a estimativa de mortos no Mediterrâneo Central se aproxima de quase mil (mais de 980). No ano passado, no final de julho, foram 272”, lembrou o porta-voz da OIM para o Mediterrâneo, Flavio Di Giacomo, denunciando um novo “massacre” e defendendo o fortalecimento do sistema de patrulhas no mar.
Até o momento, não há informações sobre as causas do naufrágio, provavelmente causado pelas fortes ondas. De acordo com relatos, a embarcação tinha pelo menos 75 migrantes a bordo, sendo que 18 foram resgatados.
Alexander Gottschalk/ Bundeswehr/ Flickr
Até o momento, não há informações sobre as possíveis causas do naufrágio
Segundo especialistas da OIM, os migrantes aceitam condições quase impossíveis não só para chegar à Europa, mas também para evitar de serem interceptados e levados de volta para a Líbia, onde quem regressa está sujeito a “detenções arbitrárias, extorsões, desaparecimentos e atos de tortura”.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais de 13 mil migrantes foram levados de volta ao país do norte da África desde janeiro, o dobro do ano passado.
A OIM alertou que “estes números são certamente muito inferiores à realidade”, porque “centenas de casos de naufrágios invisíveis são relatados por ONGs que estão em contato direto com quem está a bordo ou com familiares”.