A OIM (Organização Internacional para as Migrações) anunciou nesta quarta-feira (11/02) que o número de vítimas nos naufrágios ocorridos nos últimos dias no Mar Mediterrâneo ultrapassa 300 e pode chegar a 330. Os barcos partiram da Líbia e se dirigiam à ilha italiana de Lampedusa como destino final.
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EFE
Fotografia disponibilizada pela guarda-costeira mostra resgate de embarcação de grupo de imigrantes perto de Lampedusa
De acordo com a entidade, os imigrantes são predominantemente homens, jovens, com idade de cerca de 25 anos, provenientes de países da África Ocidental, como Mali, Costa do Marfim, Senegal e Níger. Para a maioria, a Líbia era um país de passagem para tentar entrar na Europa.
“Esta tragédia confirma, mais uma vez, como os traficantes tratam os imigrantes, principalmente os africanos. É como um carregamento humano sem valor. Fizeram 420 pessoas partirem em alto mar, em condições absolutamente proibidas”, lamentou o porta-voz da OIM, Flavio Di Giacomo, em entrevista à agência de notícias italiana Ansa.
Segundo Di Giacomo, quatro barcos saíram da Líbia no último sábado (07/11) e naufragaram. Cada um deles levava mais de 100 passageiros, segundo estimativas de sobreviventes, o que contabiliza 420 pessoas. Dessas, 330 teriam morrido nos acidentes, incluindo as 29 vítimas reportadas ontem.
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O quarto navio nunca foi visto pelas autoridades, porém, sobreviventes afirmam que havia entre 100 e 105 pessoas a bordo. “Todas estão desaparecidas”, informou Di Giacomo. A organização está com uma equipe em Lampedusa para fornecer assistência aos sobreviventes.
Localizada no Mar Mediterrâneo, Lampedusa, é considerada uma das principais portas de entrada para o continente europeu e também uma das mais perigosas. Diariamente, barcos com imigrantes sofrem naufrágios e acidentes, provocando a morte de dezenas de pessoas. Em 3 de outubro de 2013, uma embarcação líbia naufragou e deixou 360 mortos, em um dos mais trágicos incidentes da ilha.
Nesta quarta, o papa Francisco também expressou “preocupação” com as “notícias de Lampedusa”. “Desejo assegurar as minhas orações pelas vítimas e encorajar, novamente, a solidariedade para que nunca falte o socorro necessário”, declarou. O governo italiano já fez apelos para que a União Europeia adote medidas para resolver a situação, mas até agora poucas soluções foram apresentadas.
(*) Com informações da Ansa