Quatro deputados de oposição na Argentina pediram formalmente que a Justiça investigue o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2006) por suposta lavagem de dinheiro.
Juan Carlos Morán, Adrián Pérez, Carlos Comi e Horacio Piemonte, do partido oposicionista Coalizão Cívica, apresentaram um documento por escrito nesta segunda-feira (12/7) pedindo que sejam avaliados as possíveis ligações entre as supostas irregularidades e o crescimento do patrimônio do ex-presidente nos últimos anos. Além disso, os deputados pedem a investigação a compra de 2 milhões de dólares feita por Kirchner em outubro de 2008, em plena crise financeira internacional.
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“Achamos que o crescimento patrimonial não só poderia configurar o crime de enriquecimento ilícito, mas também que é a prova do crime de lavagem de dinheiro”, diz a denúncia, segundo o portal AmericaEconomia.com.
Se for confirmada a acusação, a atual presidente do país e esposa de Néstor, Cristina Kirchner, também seria indiciada, já que o suposto esquema teria sido acobertada por ela.
“Consideramos que neste caso [da compra dos 2 milhões de dólares] o crime é evidente, já que quando Néstor Kirchner consegue um benefício econômico com esta operação, quem definitivamente enriquece é a presidente Cristina pelo fato de a vantagem lucrativa ser obtida de um bem adquirido pelo casal no casamento”, acrescenta o texto, segundo o jornal Clarín, que apóia a oposição.
Portanto, de acordo com os deputados, o crime teria sido consumado pela própria presidente por meio de seu marido e com seu consentimento.
Para entregar a carta, os deputados da oposição escolheram o juiz Julián Ercolini, o mesmo que conduz o caso das denúncias do ex-embaixador argentino em Caracas Eduardo Sadous contra o governo, sobre cobrança de propinas em negócios entre a Argentina e a Venezuela.
Até o fechamento desta matéria, nem o governo nem Néstor Kirchner tinham se manifestado sobre a acusação.
Enriquecimento
O aumento patrimonial dos Kirchner já foi motivo de denúncias no ano passado, quando o casal apresentou uma declaração de que seu capital tinha havia aumentado, em 2008, 158%, atingindo os 12,1 milhões de dólares.
Em 2009, a fortuna do casal aumentou ainda mais 20,65%, chegando aos 14,5 milhões de dólares, de acordo com dados apresentados pelo casal ao Departamento de Anticorrupção.
Porém, apesar da comprovação do aumento do patrimônio financeiro dos Kirchner e das acusações, o processo foi arquivado quando a promotoria se absteve de apelar de uma decisão judicial que tinha absolvido o casal.
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