Foi anunciado pelo governo do Equador na última quarta-feira (29/06) que o diálogo com a Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) e outras organizações será retomado sob mediação da Igreja Católica após 17 dias de manifestações.
“Decidimos aceitar o processo de mediação que será agora promovido pela Conferência Episcopal Equatoriana (CEE)”, anunciou o ministro do Governo Francisco Jiménez.
Jiménez indicou que o processo de negociações será estabelecido a pedido da Conaie, em conjunto com a Confederação Nacional de Organizações Camponesas, Indígenas e Negras (Fenocin), com o Conselho de Povos e com as Organizações Indígenas Evangélicas do Equador (Feine), movimentos que têm liderado os protestos desde 13 de Junho.
A Conferência Episcopal Equatoriana estabelecerá o local e o momento em que as negociações entre o governo e as organizações indígenas serão retomadas.
O diálogo teve início na última segunda-feira (27/06), a convite de Virgílio Saquicela, presidente da Assembleia Nacional, e com a presença de representantes de outras instituições estatais, como o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e a Defensoria Pública.
Reprodução/ Conaie
Processo de negociações com a mediação da Igreja Católica será estabelecido a pedido da Conaie, em conjunto com outras organizações
No entanto, na última terça-feira (28/06), Guillermo Lasso, presidente do país, anunciou que o governo iria abandonar a conversa, depois de serem relatados “incidentes violentos” dentro da província de Sucumbíos, no qual um militar morreu.
Por sua vez, a Conaie vem denunciando, desde o início da greve nacional, a repressão estatal. As manifestações têm como objetivo pressionar a gestão Lasso para melhorias em diversas áreas, como mais orçamento para saúde e educação e criação de políticas públicas para combater a violência.
Mesmo com a redução no preço dos combustíveis, que era uma das demandas dos protestos, a confederação indígena disse que as medidas anunciadas não são suficientes e a greve continua.
Lasso voltou a decretar estado de emergência em quatro das 24 províncias do país. A medida não inclui Pichincha, onde estão reunidos cerca de 14 mil manifestantes.
(*) Com Telesur.