O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, admitiu, nesta terça-feira (12/09), que a cúpula com os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos do Caribe (Celac) realizada em julho, expôs diferenças de pontos de vista sobre a situação na Ucrânia.
“Os países europeus, latino-americanos e caribenhos têm muito em comum”, disse Borrell, pois sua história comum “é forjada pelo movimento de milhões de pessoas de um lado para o outro do Atlântico”.
“Mas, insisto: também temos diferenças, e a Ucrânia é um exemplo disso”, acrescentou Borrell, diante do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
“Percebe-se que nem todos sentem com igual intensidade a indignação moral que a agressão russa contra a Ucrânia produz em nós, europeus”, afirmou.
O diplomata destacou que os países da Celac, com exceção da Nicarágua, apoiaram que a Declaração da Cúpula se refira à “guerra contra a Ucrânia”.
Flickr
Durante o evento entre representantes da UE e da Celac em julho, situação na Ucrânia se tornou um tema central das discussões
Durante o evento em julho, a situação na Ucrânia se tornou um tema central das discussões, mas a Declaração Final não fez qualquer referência à Rússia – para frustração dos países europeus.
Ao apresentar sua avaliação dessa cúpula, Borrell disse que a UE deve manter suas iniciativas de investimento em infraestrutura, mas também apoiar o fortalecimento das instituições.
Investimentos
Sobre os planos de investimento, disse, “são importantes, mas também devemos reconhecer que a infraestrutura mais importante é a invisível, é a infraestrutura institucional que permite viver em liberdade, que é o que mais nos une”.
Nesse sentido, a UE anunciou um plano de investimento de € 45 bilhões (US$ 50,56 bilhões, ou R$ 250,2 bilhões na cotação atual), por meio do programa Global Gateway. Com esse plano, a ideia da UE é exercer um contrapeso à presença crescente da China na América Latina.
“É importante recordar os princípios políticos que fundamentam nossa ação. Tenho certeza de que, com nossos intercâmbios, encontraremos uma forma de impulsionar essa relação privilegiada”, disse Borrell, nesta terça-feira (12/09).