O Movimento dos Países Não Alinhados (MNOAL) condenou o que classificou como “uma campanha internacional para desestabilizar Cuba” que teve início com protestos no dia 11 de julho.
Em nota publicada na noite desta sexta-feira (23/07), o bloco reiterou a necessidade do respeito à soberania e autodeterminação dos povos e pediu o fim do bloqueio à ilha.
“[O Movimento] pede que o governo dos Estados Unidos coloque um fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba, que constitui o maior impedimento para o completo desenvolvimento do país”, disse.
Ainda segundo os Não Alinhados, o uso da mídia e a propagação de fake news se tornou “uma ferramenta contra países em desenvolvimento, com o objetivo de atacar seus governos”.
O MNOAL foi fundado em 1961 e reúne 120 nações de África, Ásia, América Latina e Europa Oriental. A presidência do bloco é ocupada atualmente pelo Azerbaijão.
Pelo Twitter, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel agradeceu a mensagem e classificou o texto como “valente e digno”.
O Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, também cumprimentou o Movimento pelo posicionamento a favor de Cuba.
El #MNOAL adoptó Comunicado de firme condena a la campaña internacional organizada para desestabilizar y socavar el orden constitucional, el Estado de Derecho y la paz en #Cuba.
Agradecemos una vez más el apoyo del MNOAL, principal mecanismo de concertación del Sur. pic.twitter.com/yJLrKkBoU3
— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) July 24, 2021
Novas sanções são ‘infundadas e caluniosas’
O governo dos Estados Unidos anunciou novas sanções contra Cuba na última quinta-feira (22/07) através do Departamento do Tesouro, direcionadas à Brigada Especial Nacional do Ministério do Interior cubano e também ao general Álvaro López Miera, que é o atual ministro das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba.
As punições são embasadas na Lei Magitsky, que pune supostas “violações de direitos humanos” e “corrupção” por parte de agentes estatais.
Presidencia Cuba
Em nota, bloco pediu que Estados Unidos encerrem bloqueio econômico contra ilha
O governo de Cuba, por sua vez, rechaçou as medidas. Segundo o chanceler Bruno Rodríguez, a ação é “infundada e caluniosa”.
“Rechaço as infundadas e caluniosas sanções do governo dos EUA contra o general Álvaro López Miera e a Brigada Especial Nacional. [Os EUA] Deveriam aplicar a si mesmo a Lei Global Magnitsky pelos atos de repressão cotidiana e de brutalidade policial que custaram 1.021 vidas em 2020”, afirmou.
Fim do bloqueio dos EUA
Uma carta aberta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e publicada na edição desta sexta-feira (23/07) no jornal The New York Times, pede o fim do bloqueio econômico norte-americano contra Cuba, que já dura mais de seis décadas.
O documento é assinado por mais de 440 figuras de expressividade de diversos países, entre ex-presidentes, cientistas, artistas e intelectuais. Entre eles estão os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o equatoriano Rafael Correa, Chico Buarque, Jane Fonda, Susan Sarandon, Danny Glover e Mark Ruffalo. Confira a lista completa.
Na carta, os signatários exigem que Biden acabe com as 243 “medidas coercitivas” criadas pelo ex-presidente Donald Trump e “volte à abertura de [Barack] Obama, ou melhor ainda, comece o processo de fim do embargo e normalização total das relações entre os Estados Unidos e Cuba”.