Em 24 de julho de 1911, o explorador norte-americano Hiram Bingham III, de 36 anos, encontrou uma velha cidade inca perdida nas alturas da Cordilheira dos Andes, no Peru. Hoje, ela é um dos destinos turísticos mais procurados no mundo.
Construída ao redor de dois picos – o Machu Picchu (Pico Velho, em quéchua), a 3.140 metros de altitude, e o Huayana Picchu (Pico Novo), a 2.700 metros –, a cidade está empoleirada a 2.400 metros de altitude.
Bingham descobre ali mais de 260 construções muito bem elaboradas, recobertas por vegetação e esquecidas há mais de três séculos. Machu Picchu era certamente uma cidade de veraneio para a classe dirigente inca estabelecida em Cuzco. O local foi erigido no século XIV, depois abandonado com a chegada dos conquistadores espanhóis em meados do século XVI.
Durante os séculos que se seguiram, sua existência era considerada um segredo conhecido apenas pelos camponeses que viviam naquela zona. Tudo mudou no verão de 1911, quando o explorador lá chegou acompanhado de uma pequena equipe em busca das cidades perdidas dos incas.
Caminhando a pé e no lombo de mulas, Bingham e seu grupo abriram caminho em direção a Cuzco através do Vale de Urubamba, onde um fazendeiro do lugar contou-lhes a respeito de ruínas localizadas no topo de uma montanha próxima.
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Durante séculos, existência do local era considerada um segredo conhecido apenas pelos camponeses que viviam naquela zona
No dia seguinte, após uma íngreme escalada até a cadeia de montanhas debaixo de um clima frio e garoento, Bingham encontrou um pequeno grupo de camponeses, que lhe mostrou e o guiou pelo restante do caminho.
Conduzido por um garoto de 11 anos, Bingham teve sua primeira visão de uma intricada rede de terraços de pedra que marcavam a entrada de Machu Picchu.
Ele abriu os olhos assombrado com a descoberta, que relatou posteriormente em um livro de grande sucesso, atraindo hordas de ansiosos e entusiastas turistas que viajavam aos milhares ao Peru a fim de seguir a trilha percorrida por ele até os vestígios incas.
Sabe-se hoje que o sítio arqueológico em si estende-se por impressionantes oito quilômetros, com mais de três mil degraus de pedra ligando os seus mais diversos níveis.
De acordo com dados de 2019, cerca de 1 milhão de pessoas percorrem Machu Picchu a cada ano, desafiando o empurra-empurra de multidões e o desprendimento de terras para ver o pôr-do-sol por detrás dos monumentos em forma de torres de pedra da “Cidade Sagrada”. Maravilham-se com o esplendor misterioso de uma das mais famosas maravilhas erguidas pela mão do homem.