Quatro ministros da Saúde e dois responsáveis da área de infectologia do Cone Sul se reuniram em Buenos Aires para tentar coordenar políticas preventivas, realizar acompanhamentos qualitativos do avanço da gripe A e, principalmente, unir forças para produzir a vacina, mediante a possibilidade de que os países do Hemisfério Norte acabem com os estoques mundiais.
O ministro argentino, Juan Manzur, foi o anfitrião do encontro realizado ontem (15). No Palácio San Martín, sede da chancelaria, ele recebeu os colegas da Bolívia, Jorge Tapia Sainz, do Paraguai, Esperanza Martínez, do Brasil, José Gomes Temporão, a chefe da Divisão de Prevenção e Controle das Enfermidades do Chile, Cecília Morales, e a diretora de Epidemiologia do Uruguai, Raquel Rosa.
Temporão disse que é imprescindível coordenar ações conjuntas. “É necessário um amplo plano regional que inclua compartilhar os medicamentos e insumos para tratar os doentes”.
No tema medicamentos, a preocupação foi mais que comum. Durante a coletiva de imprensa, Manzur destacou a necessidade de avançar na produção dos antirretrovirais na própria região. Mas mediante a possibilidade de não serem suficientes, disse que os governos solicitaram às organizações internacionais que garantissem a todos os países o acesso a esses remédios porque “parte da produção da vacina já está comprometida”.
Contagem qualitativa
Os funcionários estiveram em contato, por meio de videoconferência, com a titular da OPS (Organização Panamericana da Saúde), Mirta Roses. Com ela, entraram em acordo para modificar o método de monitoramento dos contágios pela gripe, deixando de lado a contagem quantitativa porque, nas palavras de Manzur, “não refletem a situação real” por conta da dificuldade de calcular a velocidade do contágio. Por isso, decidiram avançar em um caminho qualitativo que permite determinar “a dispersão geográfica e o impacto nos serviços de saúde”.
O ministro boliviano se preocupou, além disso, em desmentir as versões jornalísticas que falavam na possibilidade de fechar as fronteiras com a Argentina. “De nenhuma maneira faremos isso. Em todo caso, reafirmo aqui que continuaremos trabalhando juntos para deter o avanço da enfermidade”.
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