O papa Francisco pediu perdão nesta sexta-feira (11/04) pelos casos de pedofilia e abusos sexuais cometidos por “muitos” sacerdotes da Igreja Católica. “Quero assumir pessoalmente e pedir perdão pelo mal que bastantes sacerdotes fizeram”, declarou o pontífice, de acordo com a Rádio Vaticana.”Temos que ser muito fortes. Com as crianças não se brinca”, acrescentou.
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Papa Francisco pede perdão publicamente nesta sexta para uma audiência repleta de crianças no Vaticano
Além disso, falou sobre a importância das crianças e dos idosos no futuro de uma sociedade bem constituída. “As crianças levarão adiante a força da história e os idosos são a fonte da sabedoria de um povo que deve transmiti-la”, explicou.
Entenda o caso
No dia 16 de janeiro, a ONU (Organização das Nações Unidas) cobrou ações efetivas do Vaticano contra casos de pedofilia na Igreja. Na ocasião, representantes do clero estiveram frente a membros das Nações Unidas e admitiram que houve registros de abusos “todas as profissões, inclusive entre membros do clero”.
No mesmo dia, o papa Francisco, por sua vez, durante missa matinal, afirmou que a Igreja Católica precisa assumir sua “vergonha” diante dos casos. “Tantos escândalos que eu não quero mencionar isoladamente, mas que todos sabemos quais. Escândalos, nos quais alguns tiveram que pagar caro a vergonha da Igreja!”, exclamou o pontífice.
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Já em fevereiro, o Comitê da ONU sobre os Direitos das Crianças exigiu que o Vaticano expulsasse “imediatamente” todos os sacerdotes suspeitos de ter abusado sexualmente de menores, além de ter criticado a instituição por nunca ter reconhecido a “amplitude dos crimes” e de ter concedido impunidade aos envolvidos.
Segundo os analistas do comitê, houve “dezenas de milhares de casos” de abusos sexuais contra crianças por parte de membros das igrejas católicas e a Santa Sé muitas vezes rejeitou cooperar com as autoridades judiciais e comissões de investigação.
“O Comitê está seriamente preocupado que a Santa Sé ainda não reconheceu a extensão dos crimes cometidos”, assinala o relatório.
[Papa Francisco pede perdão a abusos contra crianças nesta sexta]
Em vez disso, a Igreja optou pela transferência “de uma paróquia a outra, ou para outros países, de abusadores de crianças bem conhecidos, em uma tentativa de encobrir seus crimes”, segundo revelam documentos de comissões nacionais de investigação.
“A mobilidade dos responsáveis permitiu que muitos sacerdotes se mantivessem em contato com crianças e continuassem os abusos. Isso coloca crianças em alto risco de abuso sexual em muitos países”, acrescenta o documento.