A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votou nesta quarta-feira (31/05) a favor de um aumento do teto da dívida federal, o que deixa o país um passo mais perto de evitar a ameaça de um calote catastrófico, cinco dias antes do fim do prazo determinado pelo Tesouro.
Foram 314 a favor e 117 votos contra. Os parlamentares votaram esmagadoramente a favor do acordo que permitirá ao governo contrair empréstimos para pagar suas dívidas em troca de gastos orçamentários mais baixos, relata o correspondente da RFI em Washington, Guillaume Naudin, afastando assim a ameaça de um 'default' que poderia acontecer no dia 5 de junho, quando os caixas estariam a zero.
Decidida entre o presidente democrata Joe Biden e os republicanos na Câmara, a medida suspende o teto da dívida até 2024, cortando ligeiramente os gastos do governo no ano que vem.
“A aprovação é um primeiro passo crucial para colocar os Estados Unidos de volta aos trilhos”, disse o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, principal republicano no Congresso. “A medida faz o que é responsável para os nossos filhos, o que é possível em um governo dividido e o que nossos princípios e compromissos exigem.
Biden saudou a aprovação por 314 votos a 117 como “um passo crítico” para proteger a recuperação econômica do país após a pandemia, alcançada por meio de um “compromisso bipartidário”.
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Câmara dos Representantes dos Estados Unidos
Os partidários de McCarthy haviam passado as últimas horas em uma busca frenética de votos, enquanto os democratas do mais alto escalão prometeram que seus membros colocariam as finanças do país acima da tentação de prejudicar os opositores.
Embate político
A votação ocorreu após semanas de negociações árduas entre Biden e McCarthy, com os democratas acusando os republicanos de manterem a economia dos Estados Unidos “refém” ao insistirem em cortes de gastos para acompanhar o aumento do teto da dívida.
O projeto de lei suspende o teto da dívida até 2025, o suficiente para atravessar o período das eleições presidenciais do próximo ano. Em troca, algumas despesas são limitadas para permanecerem estáveis – exceto as militares – em 2024 e o aumento é limitado a 1% até 2025. O texto também prevê uma redução de US$ 10 bilhões (R$ 50,5 bilhões) nos fundos destinados ao Fisco para modernizar e intensificar os controles em todo país.
O gabinete de McCarthy explicou que o acordo prevê a recuperação de “bilhões de dólares em recursos destinados ao combate à pandemia de covid que não foram gastos”, sem revelar detalhes. Um dos pontos de discórdia envolve as mudanças nos requisitos para o acesso a alguns benefícios sociais.