Os jesuítas Osvaldo Chirveches e Bernardo Mercado compareceram ao Ministério Público da Bolívia para prestar declarações no contexto de uma ampla investigação sobre denúncias de pedofilia na última quarta-feira (31/05).
Segundo a promotora Verónica Miranda, há vários religiosos suspeitos de terem encoberto abusos sexuais cometidos contra menores no país e que, com o passar dos dias, surgem mais denúncias contra padres de diversas ordens que cometem crimes sexuais contra crianças e adolescentes.
Apesar de acusados, Chirveches e Mercado ainda não foram detidos, mas a detenção dos mesmos será pedida para evitar uma eventual fuga, de acordo com a promotora do caso.
Durante busca policial nos escritórios da ordem jesuíta em La Paz, capital do país, foram encontrados provas contendo denúncias contra o padre Alfonso Pedrajas (conhecido como Pica) e Alejandro Mestre, ex-secretário-geral da Conferência Episcopal Boliviana, ambos já falecidos.
Segundo os religiosos em tentativa de defesa, foi aberto um procedimento interno sobre os casos. No entanto, as autoridades bolivianas responderam que o país é regido por um Código Penal próprio e que, com base nisso, a investigação deveria ser estendida ao crime de ocultação sobre os casos de abuso de menores.
Twitter/Fiscalía de Bolivia
Segundo promotoria, há vários religiosos suspeitos de terem encoberto abusos sexuais cometidos contra menores no país
Já o ex-noviço jesuíta Pedro Lima, considerado um informante “chave” na investigação, compareceu como testemunha á investigação e, em entrevista ao canal estatal Bolivia TV convocou muitas vítimas para “quebrar o silêncio por constrangimento e comparecer como denunciantes”.
A lista de acusados, além de Mestre e Pedrajas, inclui também os falecidos Antonio Gausset (Tuco), Carlos Villamil (Vicu), Luis Roma (Lucho), Francisco Pifarré (Pifa) e Jorge Vila. Outros envolvidos no encobrimento são Francesc Peris (Chesco), Marcos Recolons e Ramón Alaix.
As investigações sobre o escândalo têm como pano de fundo as revelações do diário íntimo do padre Pedrajas de pelo menos 85 crimes desse tipo, a maioria na Bolívia. Os abusos foram revelados em 30 de abril como parte de uma investigação do jornalista Julio Núñez para o jornal espanhol El País.
(*) Com TeleSUR