“Não há atalhos para chegar ao final de um conflito que
se prolongou por décadas”, disse o presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas. Obama reafirmou a
oposição norte-americana à iniciativa da ANP (Autoridade Nacional Palestina) de
tentar o reconhecimento de seu Estado pela ONU.
Segundo o presidente norte-americano, no Oriente Médio,
“a paz não virá de resoluções e declarações na ONU”, mas das
negociações diretas entre israelenses e palestinos. A declaração ocorre às vésperas
da votação na qual o presidente palestino, Mahmoud Abbas, planeja solicitar a
filiação da Palestina como Estado-membro das Nações Unidas, o que os EUA e
Israel rejeitam.
“No final, são os israelenses e os palestinos, não nós, que devem chegar a
um acordo nos assuntos que lhes dividem: as fronteiras e a segurança, os
refugiados e Jerusalém”, disse Obama.
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Ele afirmou que os Estados Unidos apóiam o estabelecimento de um Estado
palestino, mas defendeu que o êxito só chegará “se pudermos colocar as
partes a sentar juntas, a escutar e entender as esperanças e medos
mútuos”.
Para o presidente norte-americano, as duas partes têm
reivindicações legítimas, enquanto os palestinos pedem seu Estado, Israel exige
segurança.
“Os amigos dos palestinos não lhes fazem bem se
omitindo a esta verdade, da mesma forma que os amigos de Israel devem
reconhecer a necessidade de conseguir uma solução entre dois Estados, com um
Israel seguro junto a uma Palestina independente”, ressaltou.
Após o discurso, Obama deve se reuniu com o primeiro-ministro israelense,
Benjamin Netanyahu, e às 19h do horário de Brasília ele se encontra com Abbas,
para tentar evitar uma crise nas Nações Unidas e persuadir as partes para a
retomada das negociações diretas.
A posição dos EUA é de que o pedido de reconhecimento do Estado palestino na
ONU é contraproducente, pode criar mais violência e não servirá para selar a
paz entre os envolvidos.
Para Obama, a única forma de conseguir um verdadeiro Estado palestino
independente é com conversas diretas com Israel. Entretanto, essas conversas se
encontram paradas há um ano, quando expirou a moratória israelense à construção
de novas casas nos assentamentos da Cisjordânia.
Abbas defende que a única forma de restabelecer as negociações é com o
reconhecimento do Estado palestino na ONU.
Enquanto Obama se reúne com os líderes israelense e palestino, os outros
membros do Quarteto para o Oriente Médio (EUA, Rússia, União Europeia e ONU)
tentam chegar até um consenso, até o momento sem resultado, para uma declaração
que permita relançar as negociações diretas de paz.
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