O Pentágono (departamento de Defesa dos EUA) revelou na noite desta sexta-feira (23/08) que já começou a mobilizar forças para uma possível ação militar contra a Síria caso o presidente Barack Obama decida por esta opção. A informação foi divulgada pelo secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel. Obama deu entrevista à CNN. Por outro lado, no país árabe, as forças militares leais ao presidente sírio Bashar al Assad afirmaram neste sábado (24/08) ter encontrado indícios de uso de armas químicas ao invadirem refúgios das tropas rebeldes nos arredores de Damasco.
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Segundo Hagel, diante dos apelos para uma intervenção militar após a denúncia de um ataque com armas químicas por parte do governo sírio (que nega essa versão) ocorrido nesta semana, os comandantes norte-americanos preparam uma gama de “opções” para o caso de Obama decidir lançar um ataque contra o regime de Damasco, disse Hagel a bordo de um avião a caminho da Malásia.
Agência Efe (12/06)
O secretário norte-americano de Defesa, Chuck Hagel, já estuda ataque norte-americano à Síria
Hagel, que não revelou qualquer detalhe sobre posicionamento de tropas, destacou que “o departamento de Defesa tem a responsabilidade de prover ao presidente opções para todo tipo de contingência”.
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“O presidente solicitou opções ao departamento de Defesa. Como sempre, o departamento de Defesa está preparado para proporcionar todas as opções para todas as contingências ao presidente dos Estados Unidos”, destacou Hagel.
Divergências
A imprensa dos EUA tem revelado divergências dentro do governo sobre os riscos de outra intervenção militar dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Obama classificou nesta sexta-feira de muito preocupante a possibilidade de o regime sírio ter usado armas químicas: 'o que temos visto indica que é claramente um grande evento, de muita preocupação, e nós já estamos em contato com toda a comunidade internacional'.
Na quarta-feira, o Exército sírio realizou uma ofensiva contra os redutos rebeldes de Ghuta oriental e Mouadamiyat al Sham, localizados, respectivamente, na periferia leste e oeste de Damasco.
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A oposição acusou o regime de utilizar gases tóxicos contra civis nos subúrbios da capital, em um ataque que deixou 1.300 mortos, o que é negado categoricamente pelo governo sírio.
O opositor OSDH (Observatório Sírio para os Direitos Humanos), que se baseia em uma ampla rede de ativistas e médicos em todo o país, registrou 170 mortes na região, e não confirmou o uso de armas químicas.
A ONG, no entanto, afirmou que o regime bombardeou de forma sistemática a zona citada entre quarta e quinta-feira.
Uma eventual intervenção militar na Síria é rejeitada pela Rússia, tradicional aliado de Damasco, que considera o 'uso da força inaceitável'.
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Moscou reagiu assim à posição do ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, que declarou que, se o uso de armas químicas pelo regime sírio for comprovado, será necessário 'uma ação que pode assumir a forma de uma reação de força'.
O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, declarou na sexta-feira (24/08) que o atentado de quarta foi sim 'um ataque químico do regime de Assad'.
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A Suécia também manifestou sua certeza quanto a autoria do ataque e o uso de substâncias tóxicas.
Ataque com armas químicas
O regime sírio assegurou neste sábado que muitos de seus soldados tiveram contato com “elementos químicos e sofreram asfixia” quando entraram em refúgios rebeldes em Yobar, na periferia de Damasco, disse uma fonte oficial à televisão estatal.
“Os heróis das Forças Armadas estão entrando nos túneis dos terroristas em Yobar e viram elementos químicos. Muitos soldados sofreram asfixia”, assinalou a fonte, que não foi identificada.
A emissora não forneceu mais detalhes sobre essa informação.
A acusação do regime aconteceu pouco depois da chegada da representante da ONU para Assuntos de Desarmamento, Angela Kane, hoje em Damasco, que vai tentar convencer as autoridades sírias a permitirem o acesso imediato dos investigadores à região do suposto ataque com armas químicas na periferia da capital.
Angela chegou a Damasco através da estrada que une esta cidade com Beirute, e entrou no hotel sem dar declarações à imprensa, informaram à Agência Efe fontes oficiais.
A representante da ONU deve se reunir com urgência com altos cargos do regime sírio, a quem pedirá permissão imediata para a entrada da missão das Nações Unidas que investiga o uso de armas químicas no subúrbio de Guta Oriental, onde teriam morrido mais de 1,3 mil pessoas segundo a oposição.
Até o momento, as autoridades sírias não deram uma resposta para as reivindicações da comunidade internacional apara permitir o acesso dos investigadores da ONU ao local.
Histórico
A Síria enfrenta, desde março de 2011, uma guerra civil que já deixou pelo menos 100 mil mortos, segundo a ONU. Mais de 2 milhões de sírios deixaram o país rumo aos vizinhos, gerando uma crise de refugiados e aumentando a instabilidade da região.
Assim como a França e o Reino Unido, os EUA apoiam a oposição e, oficialmente, oferecem apoio não letal aos rebelde, além de ajuda humanitária.