Em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (10/08), a Procuradoria Geral do Equador (FGE, por sua sigla em espanhol) informou que a polícia de Quito prendeu seis pessoas suspeitas de ligação com o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, ocorrido nesta quarta-feira (09/08).
As detenções aconteceram durante o operativo policial realizado entre a noite de quarta e a madrugada desta quinta-feira. Os indivíduos presos, que serão interrogados nesta quinta, não tiveram suas identidades reveladas.
As autoridades equatorianas também informaram sobre a descoberta de um veículo estacionado nas proximidades do local do atentado, cujo porta-malas continha uma grande quantidade de armamentos, incluindo granadas, pistolas e munições.
Os objetos encontrados no carro estão sendo estudados pela perícia, para averiguar sua possível ligação com o assassinato do presidenciável.
Fernando Villavicencio era candidato pelo partido de direita Movimento Criando Oportunidades (Creo, por sua sigla em espanhol) e foi assassinado com três tiros na cabeça após sair de um evento de campanha realizado em um colégio na região Norte da cidade de Quito, capital do país.
Procuradoria Geral do Equador
Procuradores equatorianos afirmaram que foram presas seis pessoas suspeitas de envolvimento com o assassinato de Villavicencio
Los Lobos
A Procuradoria assegura que autor dos disparos morreu durante o atentado, em meio à troca de tiros com os seguranças da vítima.
O criminoso tam´bém não teve seu nome divulgado, mas se trabalha com a hipótese de que ele formava parte da facção criminosa “Los Lobos”, considerada a segunda maior do Equador e ligada ao cartel de Jalisco, no México. A gangue é uma dissidência de outro grupo, chamado “Los Cocheros”, também aliado de uma organização mexicana, o cartel de Sinaloa.
A facção “Los Lobos” chegou a divulgar um vídeo reivindicando a autoria do atentado. “Nós, Los Lobos, assumimos a responsabilidade pelos fatos de hoje, e isso voltará a se repetir quando os corruptos não cumprirem sua palavra”, diz um dos mais de 20 integrantes do grupo que aparecem na gravação, com capuz e empunhando metralhadoras.
As autoridades equatorianas, no entanto, ainda não confirmaram a autenticidade da reivindicação, embora o presidente Guillermo Lasso já tenha atribuído o assassinato de Villavicencio ao “crime organizado”.
O mandatário também decretou estado de exceção por dois meses em função do caso. Entretanto, o governo equatoriano garantiu que as eleições gerais não terão seu calendário afetado. Portanto, o primeiro turno continua marcado para o dia 20 de agosto.