A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto Vladimir Herzog irão até a sede das Nações Unidas, na Suíça, para denunciar o governo de Jair Bolsonaro por apoio à ditadura.
Segundo divulgou o blog de Jamil Chade no portal UOL, o ato inédito ocorrerá na próxima terça-feira (10/09), em uma intervenção diante do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
O ato já estava marcando, mas ganhou força quando o presidente abriu uma nova crise internacional ao elogiar o regime de Augusto Pinochet e criticar a alta comissária da ONU para Direitos Humanos e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet. Bolsonaro atacou o pai da chilena, que era militar e foi morto na ditadura do país.
O ataque de Bolsonaro se deu após uma fala de Bachelet, que alertou nesta quarta-feira (04/09) sobre uma “redução do espaço democrático” no Brasil, especialmente com ataques contra defensores da natureza e dos direitos humanos.
Além disso, Bolsonaro voltou a elogiar a ditadura brasileira nesta semana. Em um evento para empresários em Brasília, o presidente disse que o período no qual os militares estiveram no poder “foi nota 10”. “[O período] pode ser difícil em alguma coisa, mas na economia foi dez, no respeito à família foi dez. No amor ao próximo foi dez e à Pátria também foi dez”, afirmou o presidente.
Antonio Cruz/ Agência Brasil
OAB e o Instituto Vladimir Herzog vão apresentar uma denúncia contra o presidente no Conselho de Direitos Humanos da ONU
A denúncia diante do Conselho de Direitos Humanos será apresentada por Hélio Leitão, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB. Seu discurso apontará para atos do presidente brasileiro na comemoração da ditadura, em elogios a torturadores e, principalmente, para o esvaziamento de comissões nacionais destinadas a examinar os casos da ditadura e monitorar a tortura hoje.
Segundo os organizadores, o evento tem o objetivo de fornecer informações sobre a situação alarmante em que o Brasil se encontra no que tange aos retrocessos.