As primeiras-ministras da Suécia, Magdalena Andersson, e da Finlândia, Sanna Marin, se reuniram em Estocolmo nesta quarta-feira (13/04) para debater, entre outros pontos, a adesão das duas nações à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Os dois países, com histórico militar de neutralidade, consideram revisar suas posições após a ofensiva russa contra a Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
Na coletiva de imprensa após o encontro, repercutida pelos jornais Svenska Dagbladet e Aftonbladet, os finlandeses devem anunciar uma decisão “dentro de algumas semanas”.
“A Rússia é nossa vizinha. Nós temos uma longa fronteira com eles e vemos como se comportam na Ucrânia agora. É uma guerra na Europa que não queríamos que acontecesse, mas agora é assim infelizmente. Portanto, nós temos que, obviamente, fazer a pergunta sobre o que podemos fazer na Finlândia para evitar isso”, afirmou Marin.
Andersson também seguiu a mesma linha, falando em decisão final “dentro de semanas” e que estão sendo analisados os “prós e os contras” dessa possível adesão à Otan.
Twitter/Valtioneuvosto | Statsrådet
Dois países, com histórico militar de neutralidade, consideram revisar suas posições após a ofensiva russa contra a Ucrânia
A ofensiva da Rússia à Ucrânia fez diversos países europeus saírem de suas posições históricas de neutralidade. Para além dos receios de conflitos bélicos, há também o medo de ataques cibernéticos contra sistemas públicos dessas nações.
No final de março, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que seu governo está disposto a debater o “status de neutralidade” nas negociações de paz com o Kremlin. Desde o início da ofensiva, a Rússia exige a garantia da não-adesão do país vizinho à Otan.
“Reequilíbrio da situação”
Em entrevista ao canal de televisão Sky News, o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, disse que “a Otan é feita sob medida para o confronto”, quando questionado sobre a possível adesão da Suécia e Finlândia à aliança militar.
“Vamos procurar reequilibrar a situação. Teremos que tornar nosso flanco ocidental mais sofisticado em termos de garantir nossa segurança”, completou Peskov.
(*) Com Ansa