O presidente argentino Alberto Fernández pediu nesta segunda-feira (12/07) fim aos bloqueios econômicos, impostos pelos Estados Unidos (EUA) de forma unilateral, contra Cuba e Venezuela, afirmando que estão causando danos “incalculáveis” aos países.
“Não há nada mais desumano em uma pandemia do que bloquear economicamente um país”, disse Fernández.
Em entrevista ao veículo da Argentina Rádio 10, o mandatário afirmou que “se realmente nos importamos tanto com a vida dos venezuelanos”, vamos “acabar com os bloqueios e então os venezuelanos decidirão que tipo de governo querem”.
Sobre Cuba, Fernández disse o mesmo: “todas essas coisas devem ser resolvidas pela população”. “Não sou eu quem deve dizer ao povo o que fazer; nem a Argentina, nem qualquer outro país do mundo”, disse ele.
Segundo o argentino, nas últimas cúpulas do G20, afirmou que os bloqueios no mundo devem acabar, porque “quando bloqueiam um país bloqueiam uma sociedade, e isso é o menos humanitário que existe”.
Tanto Cuba quanto a Venezuela vivem um bloqueio econômico e político há anos. A ilha caribenha começou a sofrer as primeiras retaliações por parte do governo norte-americano desde os anos 1960, e a Venezuela desde 2015, no governo Barack Obama.
Alberto Fernández
Presidente argentimo expressou solidariedade aos países vizinhos
Por conta disso, Cuba e Venezuela estão enfrentando dificuldades com a imunização da população durante a pandemia da covid-19 devido à falta de insumos e seringas.
Protestos em Cuba
Neste domingo (11/07), protestos foram convocados em Cuba por redes sociais com a hashtag #SOSCuba, começando na cidade de San Antonio de Los Baños, estado de Artemisa, e foram registradas em 20 municípios da ilha, segundo as organizações da oposição cubana, sediadas em Miami. Os registros do governo cubano apontam para oito municípios, incluindo Havana, capital do país.
Logo após as convocatórias, o presidente da ilha, Miguel Díaz-Canel, visitou o município de San Antonio de los Baños para dialogar com a população. Ainda no domingo, o mandatário convocou os cubanos para sair às ruas e defender a revolução.
“As ruas são dos revolucionários”, afirmou em transmissão televisiva em cadeia nacional.
Ainda na segunda, governos latino-americanos e do mundo, movimentos sociais e organizações políticas expressaram seu apoio ao povo e ao governo cubano diante do que está sendo chamado, por parte do governo da ilha e de aliados, de “campanha difamatória promovida pelos Estados Unidos” após os atos de violência no domingo em várias cidades do país.