O presidente do Peru, Pedro Castillo, voltou a falar nesta segunda-feira (07/02) sobre “tentativas de golpe” contra seu governo por parte de setores políticos e da mídia, por meio, segundo ele, de “intensas campanhas de difamação” em jornais e redes sociais.
“Esta nova campanha midiática visa promover o impeachment presidencial e expõe as atitudes antidemocráticas de alguns setores que buscam desestabilizar o país”, disse o mandatário. O presidente peruano destacou ainda que foi eleito por maioria do voto popular e que seu mandato vai até 28 de julho de 2026.
Castillo também rejeitou a hipótese de que sua equipe de confiança teria “interferência” nas tomadas de decisões no Peru, afirmando que, desde o início de sua gestão, o governo tem “respeitado as decisões do ministros de Estado”.
Segundo a agência Sputnik News, O ex-secretário presidencial Carlos Jaico e o ex-ministro do Interior Avelino Guillén chegaram a afirmar que Castillo tinha um “gabinete à sombra”, sugerindo que seus assessores eram os reais responsáveis por dirigir a política do governo.
“Essas declarações em todos os seus extremos são falsas. Desde o início do meu governo tenho respeitado as decisões do ministros de Estado”, disse, apontando que espera que a classe política atue com responsabilidade no país”, e não pensando em “meros interesses privados”.
Queridos compatriotas: Mi compromiso sigue vigente y con más fuerza hasta el 28 de julio de 2026. Con convicción, reiteramos un arduo trabajo para dar soluciones a los problemas del Perú, pensando siempre en el ciudadano de a pie, a través de la unidad y gobernabilidad.
?? pic.twitter.com/abIMnXmRKf— Pedro Castillo Terrones (@PedroCastilloTe) February 8, 2022
No entanto, essa não é a primeira afirmação de Castillo sobre supostas tentativas de desestabilização no Peru por parte da oposição.
Em novembro, o presidente falou em um golpe de Estado no país, depois que um grupo de parlamentares da oposição formalizou um pedido de impeachment contra seu governo.
A iniciativa do pedido de destituição foi promovida pela deputada Patricia Chirinos, do partido de direita Avança País, e contou com o apoio de 28 parlamentares das siglas Renovação Popular e Força Popular. Esta última agremiação é liderada por Keiko Fujimori, filha do ditador e ex-presidente Alberto Fujimori, e oponente de Castillo na disputa do segundo turno da última eleição.
Twitter/Reprodução
Pedro Castillo afirma ser alvo tentativa de golpe pela 2ª vez desde que foi eleito há sete meses
Em 7 de dezembro, o Congresso do país barrou a moção por 76 votos contra, 46 a favor e quatro abstenções. O pedido precisava de 52 votos favoráveis para ser aprovada.
Nesta segunda, a presidente do Poder Judiciário, Elvia Barrios, pediu ao presidente Castillo que convocasse o Conselho de Estado para uma reunião de emergência com objetivo de traçar estratégias para resolver a crise política que o país atravessa.
Barrios defendeu a necessidade do diálogo entre as instituições nacionais para promover ações que garantam a paz e o bem-estar dos cidadãos, além de “fortalecer o sistema democrático peruano”.
No início deste mês, Pedro Castillo nomeou sua segunda mudança no gabinete de ministros em apenas sete meses de gestão. A recomposição do gabinete, formado em novembro do ano passado, foi anunciada na última segunda-feira (31/01), mas os novos nomes só foram apresentados nesta terça-feira (01/02).
O novo governo será liderado por Héctor Valer Pinto, ex-membro do partido de extrema direita Renovação Popular.
(*) Com Brasil de Fato e TeleSur.