O Conselho Latino-Americano de Justiça e Democracia (CLAJUD) do Grupo Puebla disse nesta segunda-feira (31/07) que a prisão de Nicolás Petro, filho do presidente colombiano Gustavo Petro, é destinada a “deslegitimar e desestabilizar o atual governo”.
Para o conselho da organização formada por 30 líderes de 12 países da América Latina, a detenção foi sem “fundamento legal”, afirmando que a medida do Ministério Público da Colômbia é baseada em “objetivos políticos”.
“O CLAJUD entende que se trata de uma ação sem fundamento legal, que se baseia em objetivos políticos que visam dificultar a ação do governo da Colômbia e prejudicar a reputação do presidente Gustavo Petro internacionalmente”, declarou a organização.
Nicolás Petro e sua ex-esposa, Daysuris del Carmen Vásquez, foram presos no último sábado (29/07) pela Procuradoria-Geral da República da Colômbia por suposta lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
De acordo com o Grupo de Puebla, a investigação começou após as declarações do ex-sócio de Nicolás à revista Semana, mídia autoproclamada de oposição ao governo de Petro. Na ocasião, a fonte denunciou que Nicolás “teria recebido dinheiro para a campanha presidencial de Gustavo Petro, de pessoas com antecedentes criminais”.
Twitter/Nicolás Petro Burgos
Nicolás Petro e sua ex-esposa, Daysuris del Carmen Vásquez, foram presos no último sábado (29/07)
O Grupo de Puebla destacou o posicionamento de Petro, evitando “qualquer pressão, ingerência ou tratamento favorável a seu filho, ao contrário do que tem sido costume na Colômbia quando se investigam pessoas com vínculos familiares com altas magistraturas do Estado”.
Pelas redes sociais, ainda no sábado, o presidente Petro disse doer “como pessoa e pai” a “autodestruição e o fato de um dos meus filhos ir para a cadeia”. Ele assegurou ainda que o Ministério Público tem “todas as garantias da minha parte para proceder nos termos da lei”: “desejo sorte e força ao meu filho. Que esses acontecimentos forjem seu caráter e que você reflita sobre seus próprios erros”, disse.
A organização ainda apontou que deter Nicolás “não era necessário ou urgente”, tendo em conta as normas que regulam o processo penal na Colômbia. Com isso, para o Puebla, o devido processo não foi “respeitado, tendo impedido o direito de defesa dos detidos”.
“Esperamos que as regras da Justiça sejam devidamente aplicadas em todos os casos, incluindo o de Nicolás Petro. Exigimos respeito e apoio à independência do Judiciário, pedimos que todas as suas instituições atuem sempre sujeitas ao mandato da lei e se abstenham de intervir na vida política e, portanto, respeitem a separação de poderes, abstendo-se de qualquer ingerência política”, instou o Grupo de Puebla.
Por fim, a organização também convocou a comunidade regional e internacional a expressar seu apoio a Petro e seu governo que, “desde seu primeiro dia de mandato, se comprometeu a implementar medidas para restaurar a democracia e a justiça social na Colômbia”.