Terça-feira, 10 de junho de 2025
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A Promotoria de Justiça Pública de Zurique pediu abertura de investigação penal contra a brasileira Paula Oliveira e proibiu a saída dela da Suíça. Comunicado divulgado hoje (18) informa que o tribunal do distrito de Zurique já destacou um advogado para a brasileira e que a denúncia de agressão apresentada por ela continuará sendo investigada. O nome do defensor público ainda não foi divulgado.

Paula denunciou ter sido agredida por skinheads na semana passada, e ter perdido gêmeos que estaria esperando. Legistas contestaram a gravidez, num primeiro momento, e depois levantaram a suspeita de que ela teria se autoflagelado. A chancelaria brasileira na capital suíça reiterou hoje que não vai se envolver nos desdobramentos judiciais e policiais, limitando-se a prestar assistência consular.

Antes de receber a notícia do indiciamento, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o Brasil dará todo o apoio necessário à brasileira. “Ainda não tenho a informação. Temos que dar a atenção e apoio à nossa concidadã”, disse o chanceler. “Foi isso que a gente fez e continuará a fazer dentro das normas internacionais”.

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Em relação à crítica de que o governo brasileiro teria se precipitado ao fazer declarações sobre o caso, Amorim afirmou que, desde o início, foi cobrada uma investigação séria. “Manifestamos o nosso desejo de que houvesse uma apuração, inclusive o meu gabinete teve contato constante com o gabinete da ministra de Relações Exteriores da Suíça. Eles nos garantiram que haveria apuração e é isso que está ocorrendo”, declarou à Agência Brasil .

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Em entrevista ao Opera Mundi, o conselheiro Acir Madeira, recém-enviado pelo Itamaraty para ajudar o Consulado do Brasil na Suíça nos contatos com a imprensa, afirmou que o Itamaraty não dará mais informações sobre o caso. “A família de Paula está aqui na Suíça e, por isso, não nos envolveremos no assunto”.

De acordo com Madeira, a única assistência do governo brasileiro será de caráter consular: documentação e tradutores, por exemplo. Ele disse que a imprensa brasileira tem tratado o caso de maneira sensacionalista, referindo-se à notícia – prontamente negada – de que o Itamaraty tentaria tirar Paula da Suíça antes que ela fosse processada.

Ela não pode deixar o país

O Itamaraty divulgou nota informando que tomou conhecimento do indiciamento e que, “segundo comunicado divulgado pela referida Procuradoria, a nacional brasileira deverá permanecer no país enquanto durarem as investigações, com seus documentos mantidos sob custódia da Justiça suíça”.

Paula saiu ontem (17) à noite da clínica de Zurique onde se recuperava. Segundo o relato da jovem, de 26 anos, três skinheads a atacaram e cortaram seu corpo todo, gravando a sigla SVP, iniciais em alemão de um partido ultradireitista suíço (Schweirische Volkspartei). Paula afirmou também que, devido às agressões, sofreu um aborto.

O pai da brasileira, Paulo Oliveira, confirmou ontem aos jornalistas que a filha voltou para casa, o que foi “um alívio para mim e um problema a menos”. Ele disse que Paula, advogada residente em Zurique, “continua em choque”.



Promotoria indicia brasileira que denunciou agressão na Suíça

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