O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou esta quinta-feira (05/10) que as investigações sobre o acidente aéreo que levou à morte do empresário Yevgeny Prigozhin revelaram que havia “fragmentos de granada de mão” de diversos passageiros daquele voo, incluindo o falecido líder do Grupo Wagner.
Durante a cerimônia de abertura da 20ª edição da sessão plenária do Clube de Discussão Valdai, o principal think tank do país euroasiático, Putin assegurou que “não houve influência externa” no acidente, dando a entender que a explosão da granada teria causado a queda do avião.
“Já está estabelecido que a queda foi produto de um acidente. É um resultado corroborado pelos exames realizado sob a liderança do Serviço Federal de Segurança da Rússia”, afirmou o mandatário.
Entretanto, Putin admitiu que os legistas não realizaram nenhum tipo de teste para detectar vestígios de álcool ou drogas nos corpos dos falecidos, e reconheceu que estes exames poderiam ter sido úteis para ter uma melhor conclusão do caso.
TASS
Perícia indicou que o cadáver de Prigozhin, examinado após o acidente, apresentava fragmentos de granada nas mãos
Prigozhin faleceu em 23 de agosto após a queda de um avião um Embraer Legacy 600, na região russa de Tver, ao Norte de Moscou. Nenhuma das dez pessoas presentes no voo sobreviveu.
Dois meses antes de sua morte, em junho passado, o empresário liderou uma rebelião após acusar Moscou de enviar “fogo amigo” a um acampamento de mercenários da sua empresa no Sul da Rússia, e chegou a organizar um grupo para atacar a capital do país em represália. A rebelião foi controlada graças à intervenção do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que concedeu asilo político a Prigozhin na ocasião.
Sua empresa militar, o Grupo Wagner, disponibilizava mercenários para apoiarem a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia. Também havia soldados de Prigozhin presentes em rebeliões realizadas em alguns países da África, como Mali, Níger e República Centro-Africana.
Em um vídeo publicado poucos dias antes de sua morte, o empresário chegou a dizer que seus combatentes “lutam para tornar a África mais livre”.