O presidente da Rússia, Vladmit Putin, participando da 15ª Cúpula do Brics de forma remota nesta quinta-feira (24/08), denunciou que o bloco de economias emergentes têm adversários praticantes do colonialismo “em nova embalagem”.
Segundo ele, esses países estão tentando resolver os seus problemas às custas de outras nações. “Os colonialistas modernos, se escondendo atrás de slogans bem-intencionados de democracia e direitos humanos, procuram resolver seus problemas às custas dos outros, continuando a desviar descaradamente os recursos dos países em desenvolvimento“, destacou.
“Os países do Brics têm seus adversários que estão tentando substituir o sistema do direito internacional. Estão fazendo de tudo para preservar o antigo mundo unipolar”, avaliou Putin.
Ao mesmo tempo, o presidente russo destacou que o Brics não está “competindo com ninguém, nem se opõe a ninguém” enquanto esses “adversários procuram desacelerar o processo da nova ordem mundial, para impedir a formação de novos centros independentes de desenvolvimento e influência no mundo”.
No último dia de cúpula em Joanesburgo, na África do Sul, Putin voltou a destacar a importância do Brics, afirmando que o bloco representa uma ordem mundial igualitária, que tem em conta os interesses soberanos dos diversos países e preserva a diversidade dos povos.
Kremlin
Putin enfatizou que grande parte do mundo está farta da pressão e manipulação ocidental
“Todos defendemos a formação de uma nova ordem mundial multipolar. Uma ordem mundial verdadeiramente equilibrada e que leve em conta os interesses do máximo número de países, possibilitando a implementação de vários modelos de desenvolvimento, ajudando a preservar a diversidade das culturas e tradições nacionais”, afirmou.
Boas vindas aos novos membros
Putin também discursou sobre as novas adesões do Brics, que serão efetivadas a partir de 1º de janeiro de 2024: Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
“A Rússia recebe bem e concorda com o foco atual do Brics na África. Nos reunimos há pouco tempo em São Petersburgo, mostrando que estamos ligados por relações sólidas, criadas ainda no século passado, durante a luta africana pela libertação do jugo colonial”.
A menção de Putin volta à Cúpula Rússia-África na cidade de São Petersburgo entre os dias 27 e 28 de julho, que contou com a participação de 49 dos 53 países do continente.
Nesta linha, o presidente russo enfatizou que, apesar dos obstáculos, a Rússia está resolvendo a questão do fornecimento gratuito de grãos à África, pauta de crítica do Ocidente após Moscou ter se retirado do acordo com a Ucrânia que permitia a exportação de grãos da região durante a guerra com Kiev.
“Os nossos amigos africanos podem estar certos de que a Rússia sempre continuará sendo um fornecedor confiável de produtos agrícolas e a apoiar os países mais necessitados”, declarou.
(*) Com Sputniknews