O governo do Quênia anunciou nesta segunda-feira (11/06) uma investigação especial para esclarecer as causas do enigmático acidente de helicóptero que matou no último domingo (10/06) o ministro do Interior, George Saitoti.
O país já iniciou três dias de luto oficial. Com a tragédia que ocorreu na floresta Ngong, perto de Nairóbi, também morreram o vice-ministro do Interior, Orwa Ojode, dois guarda-costas e os dois pilotos da aeronave. O presidente do Quênia, Mwai Kibaki, assegurou que será conduzida uma “rigorosa investigação” para esclarecer o ocorrido.
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Kibaki também pediu à população para que mantenha a calma e aguarde os resultados da investigação. Ele ressaltou que é imprescindível evitar especulações sobre a origem da tragédia.
Saitoti era um nome influente da política queniana e já havia manifestado interesse por uma candidatura para as eleições presidenciais de 2013. Mais além, também era uma das principais lideranças da luta contra a milícia radical islâmica somali Al Shabab.
Esse grupo fundamentalista é vinculado à rede terrorista al Qaeda e iniciou no ano passado uma ofensiva militar contra a Somália. Seus líderes negaram por meio de uma conta no Twitter qualquer envolvimento na tragédia, mas disseram estar “alegres” pela morte do ministro.
“Para as centenas de muçulmanos deslocados e assassinados pela invasão brutal da Somália por parte do Quênia, a morte de Saitoti é uma gota de justiça em um mar de opressão”, afirmou a milícia.
Por enquanto, o ministro do Transporte, Amos Kimunya, admite que é difícil saber a causa do acidente, pois o helicóptero, um Eurocopter AS350, tinha sido adquirido pela polícia queniana há apenas cinco meses e os pilotos tinham recebido treinamento especial para operá-lo.
“Não se pode apontar o clima como causa do acidente. Fazia bom tempo na área de Ngong e a visibilidade era de oito quilômetros”, declarou Kimunya. “O helicóptero expelia fumaça antes de cair. Escutei duas explosões quando se incendiou”, afirmou Rose Kwamboka, que presenciou o acidente.
“Vimos como o helicóptero voava de um lado a outro sem controle. Percorreu quase um quilômetro e meio antes de cair”, detalhou Leonard Njoroge, morador de uma área próxima do local da tragédia.